Quando o idoso se engasgar. O que fazer?
O engasgo pode significar o fim de uma trajetória.
Quando adolescentes se engasgar é motivo de piada e chacota, basta um amigo passar por apuros que caímos na risada, mas na velhice – a terceira idade – essa condição muda bastante.
Portanto, o conteúdo a seguir é um aviso para todas as pessoas, idosas ou não.
Não menosprezem os estragos que um simples engasgo pode causar, transformando divertimento em tragédia.
Quando um corpo estranho (geralmente alimento ou líquido) “entala” na garganta ou passa através da glote para a traqueia, vem a sensação de sufocação, com dor local e reflexo da tosse que tenta desalojar o corpo estranho e desobstruir as vias aéreas.
Mas, quando o idoso se engasgar…
Este processo agudo é chamado de “engasgo”, e constitui uma emergência que deve ser tratada imediatamente sob a pena de levar a uma parada respiratório e mesmo o óbito.
O ato de deglutir (engolir) envolve três fases, a primeira, voluntária, quando a língua impulsiona os sólidos e líquidos para dentro da garganta; as outras duas fases são involuntárias e mais complexas.
O ato de deglutir evita que partículas sólidas ou líquidas penetrem, pela glote, nos pulmões.
Em idosos, a incidência de alterações de deglutição é grande e aparece como um sintoma de doenças tais como o acidente vascular cerebral (AVC), Doença de Parkinson, Doença de Alzheimer, que, frequentemente, acometem essa população.
Além disso, há um envelhecimento das estruturas que envolvem a deglutição, porém, apesar dessas mudanças, não há comprometimento na efetividade ou na segurança da deglutição em idosos saudáveis, que ocasionariam o engasgo com saliva e/ou alimento nessa população.
Como vimos existem várias doenças que, por alteração anatômica ou alteração da inervação da garganta, aumentam a possibilidade de engasgos, mas as pessoas podem engasgar-se sem que haja qualquer comprometimento, somente por pressa ao engolir, próteses dentárias inadequadas, excessos alimentares ou de líquidos na boca ou ainda ansiedade.
Manobra de Heimlich
A manobra de Heimlich é o melhor método pré-hospitalar de eliminar a obstrução das vias aéreas superiores causada por corpo estranho.
Essa manobra foi descrita pela primeira vez por Henry Heimlich em 1974 e induz uma tosse artificial, que deve expelir o objeto da traqueia da vítima.
Resumidamente, uma pessoa fazendo a manobra usa as mãos para fazer pressão sobre final do diafragma.
Isso comprimirá os pulmões e fará pressão sobre qualquer objeto estranho na traqueia.
Método
Posicione-se atrás da vítima, cerre o punho e o posicione com o polegar para dentro entre o umbigo e o osso esterno.
Com a outra mão, segure o seu punho e puxe ambas as mãos na sua direção, com um rápido empurrão para cima e para dentro a partir dos cotovelos.
Você deve comprimir a parte superior do abdômen contra a base dos pulmões, para expulsar o ar que ainda resta e forçar a eliminação do bloqueio.
Repita por cinco vezes.
Cada empurrão deve ser vigoroso o suficiente para deslocar o bloqueio.
Os idosos de uma forma geral, principalmente os institucionalizados e os portadores de doenças neurológicas e degenerativas acidente vascular cerebral (AVC), Doença de Parkinson,
Doença de Alzheimer) devem ser avaliados por fonoaudiólogos (profissionais que atuam nos transtornos da deglutição) e dentistas, visando não somente um enfoque normalizador das estruturas da deglutição, mas também transmitindo a sensação de segurança ao idoso, que o desconfortável episódio de engasgo não mais ocorrerá.
Fonte: medicina geriátrica