Malhar na terceira idade melhora qualidade de vida.
Malhar na terceira idade: uma caminhada leve, hidroginástica, dança.
Engana-se quem acha que esses são os únicos exercícios indicados para quem está na idade madura.
A musculação é uma das atividades mais recomendadas para esta fase da vida, sobretudo porque é capaz de recuperar a massa magra, cuja perda é natural com o envelhecimento.
“Temos evidência científica de que a musculação faz com que o idoso ganhe massa muscular, prevenindo doenças, dando autonomia e independência, numa fase em que a pessoa tende a ficar mais limitada”, garante a fisioterapeuta Rita Guedes, coordenadora do curso de fisioterapia do UniBH.
A professora ainda cita outros ganhos.
“Com o envelhecimento, as cartilagens das articulações ficam mais desidratadas e com mais chances de sofrer desgastes, levando a artrose.
Músculos mais fortes são capazes de protegê-las.
Essa atividade também ajuda a manter a massa óssea, prevenindo a osteoporose”, comenta.
Esse conjunto de fatores, diz Rita Guedes, levam a melhora da capacidade funcional e do equilíbrio, evitando assim as temidas quedas, que são um problema sério na velhice.
“Com a musculação, você trabalha força, resistência e a potência muscular.
A potência é a capacidade de gerar força com velocidade.
Numa situação de desequilíbrio, essa habilidade é necessária para retomar a estabilidade com mais facilidade”, explica.
Prática
Aos 67 anos, o educador físico Pedro Américo pratica aquilo que prega.
Dono de uma academia voltada para reabilitação de idosos e pessoas com doenças crônicas, como mal de Parkinson, problemas renais e diabetes, ele é adepto da musculação desde os 16 anos.
“Sinto-me mais jovem do que a idade que tenho.
Por muito tempo fui corredor, e fazia a musculação voltada para isso.
Hoje continuo praticando, mas para evitar a perda de massa muscular, evitar que eu engorde também.
Tenho uma família de obesos e sou o único magro”, conta.
Outro aspecto destacado pelo professor são os benefícios para a vida social e emocional do idoso.
“Além de ter um convívio social ativo na academia, a musculação proporciona um efeito bioquímico, porque produz aminas, que ajudam a combater a depressão; endorfinas, que dão sensação de bem-estar e provocam uma melhora geral do estado emocional de quem pratica”, explica Pedro Américo.
Atividade física deve ser praticada pelo menos três vezes por semana e de forma continuada
Para colher os benefícios da musculação, especialistas recomendam a prática ao menos três vezes por semana e de forma contínua.
A regra é seguida à risca pelo desembargador aposentado Ney Paulinele.
Aos 83 anos, ele esbanja vigor, mesmo sendo portador de uma insuficiência renal que o obriga a fazer hemodiálise.
“Há três anos faço o tratamento duas vezes por semana, o que nunca me impediu de fazer atividade física. Sinto-me muito bem”.
Além de ir à academia nas segundas, terças e quintas-feiras, Ney se mantém ativo nos fins de semana.
O lazer inclui caminhada e outras atividades que alimentam o corpo e a alma.
“Coisas que me fazem sentir como se tivesse 40, 50 anos. Sou feliz porque tenho uma linda família, faço exercícios, sou independente e bem assistido”.
Malhar na terceira idade melhora qualidade de vida
Além disso:
Benefícios da musculação na terceira idade
– Garante força e flexibilidade, tornando o idoso mais resistente a quedas;
– Aumenta a densidade óssea, ajudando na proteção contra a osteoporose;
– Diminui a gordura corporal. Aliado a uma dieta balanceada, o treino de força para idosos é importante para a manutenção do peso;
– Combate a dor articular (na coluna, ombros e joelhos);
– Ajuda a manter a boa postura corporal. Com o avanço da idade, o sistema muscular esquelético vai perdendo a sua tonicidade;
– Melhora a autoestima e ajuda no combate à depressão, por causa da elevação dos níveis de serotonina;
– Melhora da frequência cardíaca e da pressão arterial;
– Ajuda no controle de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e problemas cardíacos;
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Profissional deve ser consultado
Antes de começar qualquer atividade física, que deve ser acompanhada por profissional qualificado, o idoso deve ter a recomendação médica.
O alerta é da médica Ana Cristina Nogueira Borges Faria, presidente do departamento de geriatria da Associação Médica de Minas Gerais.
“Existe o risco cardiovascular.
O idoso precisa ser submetido a exames, às vezes mais aprofundados para ver se está apto.
Se tiver um quadro de angina e arritmia, por exemplo, pode até morrer durante a atividade, especialmente se ele for sedentário”, esclarece.
fonte: hoje em dia