Maconha Medicinal – Sabe o que é e para que serve?
O famoso canabidiol é motivo de muita discordância, mas quase nada é referente a sua eficiência.
As pessoas ainda não aderiram a essa ideia e isso é uma questão de tempo.
O Canadá entrou no noticiário por tornasse a segunda nação do mundo a legalizar a maconha para uso recreativo.
A lei permite a posse, cultivo e venda da erva entre adultos – a idade mínima considerada foi de 18 anos.
O governo federal irá supervisionar a venda a menores e ficará sob cargo das autoridades municipais as vendas, distribuição e regulamentação (podendo, inclusive, aumentar a idade mínima).
Além disso, ficou permitido plantar quatro pés de maconha em casa.
No entanto, não viemos aqui falar disso.
O portal Avôvó falará das substâncias mais específicas que compõe a maconha e são consideradas medicinais, pois muitas pessoas no mundo tomam ou aplicam o canabidiol para tratar uma infinidade de sintomas.
O CBD tem diversos benefícios constatados para a saúde e pode representar riscos.
Produtos que o contém são agora legais em muitas cidades espalhadas pelo mundo e isso não significa que a planta está liberada – estamos falando dessa substância concentrada.
Nossa intenção é explicar sobre o canabidiol, seus possíveis potenciais e benéficos, como usá-lo, riscos iminentes e questões sobre a lei.
Maconha Medicinal – Sabe o que é e para que serve?
O canabidiol (CBD) é um composto químico retirado da Cannabis sativa, também conhecido como o nome marijuana.
Essa planta possui mais de 144 compostos químicos, chamados de canabinóides e o o canabidiol (CBD) representa cerca de 40% de extratos de cannabis, tendo sido estudada há muitos usos médicos.
Diferença entre remédios com canabidiol e maconha!
Basicamente essa diferença se consolida entre o THC e o CBD.
O primeiro é um princípio que mais tem ativação na maconha. O THC cria uma “alteração” mental quando uma pessoa o fuma ou o utiliza na culinária. Isso ocorre porque o THC se quebra quando aplicamos calor e o introduzimos no corpo.
O segundo, o CBD, é diferente.
Não é psicoativo – não gera alteração no estado de espírito – como seu THC.
Além disso, o canabidiol aparentemente produz mudanças consideráveis no corpo, e algumas pesquisas afirmam que ele tem benefícios medicinais.
Como o CBD age?
Os canabinóides em sua totalidade, isso inclui o CBD, produzem efeitos no corpo, ligando-se a determinados receptores.
O organismo humano por si produz alguns canabinóides.
Ele também tem dois outros receptores chamados de receptores CB1 e receptores CB2.Os receptores CB1 estão presentes em todo o organismo, mas a grande maioria se concentra no cérebro.
Estes trabalham com:
- Movimento e coordenação;
- Dores;
- Humor e emoção;
- Apetite;
- Pensamentos;
- Memória, dentre outras funções;
Quais são os benefícios?
Alívio de dores e anti-inflamatória:
O canabidiol está entre as soluções existentes, mas de maneira mais natural.
Pesquisadores atentaram para o fato de que o CBD reduz consideravelmente as inflamações crônicas e as dores em alguns casos.
Promove o peso saudável:
O canabidiol pode contribuir para a manutenção do açúcar no sangue saudável.
Ele estimula genes e proteínas que ajudam a quebrar a gordura e aumenta a mitocôndria que contribui para a queima de calorias.
Ajuda contra o tabagismo:
Estudos descobriram que o fumante que usava inalador contendo a substância diminuiu a quantidade de cigarros fumados e não tinha mais desejos por nicotina.
Epilepsia:
O cabanidiol recentemente está sendo usado como terapia para duas doenças raras caracterizadas por crises epilépticas.
A substância pode tratar:
- Síndrome de Lennox-Gastaut (LGS), uma condição que aparece entre as idades de 3 e 5 anos e envolve diferentes tipos de convulsões;
- Síndrome de Dravet (SD), uma condição genética rara que aparece no primeiro ano de vida e envolve convulsões frequentes relacionadas à febre.
Artrite reumatoide:
Por conta de seu potencial anti-inflamatório, os canabinóides podem proporcionar alívio da dor e do inchaço das articulações e diminuir a destruição das articulações e a progressão da doença.
Esclerose múltipla:
O THC e o CBD são dois ingredientes ativos usados em um famoso tratamento para a esclerose múltipla.
Os estudos realizados para o desenvolvimento da droga mostraram que o canabidiol pode ser ainda mais útil que o THC na luta contra os males da esclerose múltipla.
Promoção da saúde do coração:
Estudos relataram que o CBD causa dilatação das artérias e protege os vasos sanguíneos de danos, reduzindo o tamanho do efeito no coração e no cérebro.
Doença intestinal inflamatória:
O CBD previne a colite, reduz a inflamação e alivia sintomas como dor abdominal e diarreia.
Isso tudo além de ser um bom candidato para normalizar a motilidade intestinal em pacientes com doença inflamatória intestinal.
Insônia:
O canabidiol tomado antes de dormir melhora o sono em pessoas com insônia.
No entanto, devemos lembrar que deve ser feito com auxílio de um médico especialista.
Diabetes tipo 1:
O diabetes tipo 1 resulta de inflamação que ocorre quando o sistema imunológico acaba atacando as células pancreáticas.
O CBD pode dar um alívio para essa inflamação.
Além de redução da inflamação, o canabidiol protege contra ou retarda o desenvolvimento da doença.
Doença de Alzheimer:
Sendo capaz de impedir o desenvolvimento do déficit de reconhecimento social, podemos dizer que a substância é um excelente caminho para tratar da doença.
Isso quer dizer que o CBD pode auxiliar os indivíduos nos estágios iniciais do Alzheimer a manter a capacidade de reconhecimento dos rostos familiares.
Como usar
O CBD é apenas um dos compostos que estão presentes na maconha, e não é psicoativo.
Fumar cannabis não é o mesmo que usar o canabidiol, por exemplo.
Se um médico o prescrever para tratar LGS ou DS, é importante seguir suas instruções.
Produtos baseados em CBD vêm em muitas formas.
Alguns podem ser misturados em diferentes alimentos ou bebidas ou tomados com uma pipeta ou conta-gotas.
Outros estão disponíveis em cápsulas ou como uma pasta grossa para ser massageada na pele.
Alguns produtos estão disponíveis como sprays, tal o caso do Mevatyl.
As dosagens recomendadas variam entre os indivíduos e dependem de fatores como o peso corporal, a concentração do produto e o problema de saúde.
Indicações do canabidiol
Algumas pessoas consideram tomar o composto para ajudar a tratar:
- Dor crônica;
- Epilepsia;
- Mal de Parkinson.
- Doença de Huntington;
- Distúrbios do sono;
- Glaucoma;
Legalidade – informação do portal brasil.gov
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) incluiu derivados da canabidiol na lista de substâncias psicotrópicas vendidas no Brasil com receita do tipo A específica para entorpecentes.
A decisão consta na edição desta segunda-feira (5) do Diário Oficial da União.
A norma permite que empresas registrem no Brasil produtos com canabidiol e tetrahidrocannabinol como princípio ativo, passo necessário para a venda de remédios.
A medida faz parte da atualização da portaria nº 344/98, que traz a lista das plantas e substâncias sob controle especial no Brasil, incluindo as de uso proibido.
A norma estabelece também que laboratórios registrem os derivados em concentração de, no máximo, 30 mg de tetrahidrocannabinol (THC) por mililitro e 30 mg de canabidiol por mililitro.
Os produtos que tiverem concentração maior do que a estabelecida continua proibidos no País.
“Atualizamos a portaria exatamente para que, se o registro for concedido, os médicos saibam como esse medicamento será prescrito”, diz o diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa.
“Assim, o medicamento será prescrito da mesma forma que outros medicamentos psicotrópicos já em uso no Brasil.
Ou seja, terá a tarja preta e só poderá ser vendido com prescrição médica especial, que é aquele formulário que o médico tem, numerado.
Quando vendido, a farmácia terá a obrigação de registrá-lo no Sistema Nacional de Controle de Medicamentos, que é gerenciado pela Anvisa, para que possamos monitorar se há está havendo algum desvio ou abuso na sua prescrição”, concluiu.
De acordo com a Anvisa, a medida foi motivada pela fase final do processo de registro do medicamento Mevatyl®. O produto é obtido da planta Cannabis sativa L. e, portanto, possui canabidiol e tetrahidrocannabinol na composição.
O medicamento será indicado para tratamento de sintomas de pacientes adultos com espasticidade moderada a grave devido à esclerose múltipla.
Importação
A Anvisa também publicou uma nova Resolução da Diretoria Colegiada (RDC), atualizando o Anexo I da RDC 17/2015 com mais produtos à base de Canabidiol em associação com outros canabinóides.
A importação desses produtos pode ser realizada por pacientes com prescrição médica que indique essa opção de tratamento, mediante avaliação e aprovação prévia da Anvisa, caso a caso.
A norma acrescenta sete produtos à base de Canabidiol, em associação com outros canabinóides, mais comumente solicitados à agência, para importação excepcional por pessoa física.
Dessa forma, o procedimento de avaliação e liberação se tornará mais ágil.
Efeitos colaterais
Muitos estudos de pequena escala analisaram a segurança do CBD em adultos.
Eles concluíram que os indivíduos tendem a tolerar bem uma ampla gama de doses.
Pesquisadores não encontraram efeitos colaterais significativos no sistema nervoso central, nos sinais vitais ou no humor, mesmo entre pessoas que usaram altas dosagens.
O efeito colateral mais comum foi o cansaço.
Além disso, alguns pacientes relataram diarreia e alterações no apetite ou peso.
No entanto, as seguintes incidências podem ocorrer entre aqueles que ingerirem o canabidiol:
- Problemas de fígado;
- Sintomas relacionados ao sistema nervoso central, como irritabilidade e letargia;
- Apetite reduzido;
- Problemas gastrointestinais;
- Infecções;
- Erupções cutâneas e outras reações de sensibilidade;
- Micção reduzida;
- Problemas respiratórios.
Para o doente que usa o Mevatyl, existe o risco de agravar a depressão ou de agravar os pensamentos suicidas.
É importante monitorar quem está usando este medicamento para sinais de mudança de humor.
As pesquisas sugerem que é improvável que uma pessoa que esteja tomando o remédio forme uma dependência.
Há algum problema de tolerância?
O canabidiol é eventualmente seguro quando tomado por via oral ou por pulverização sob a língua de forma adequada entre os adultos.
Doses de canabidiol até 300 mg por dia foram tomadas por via oral com segurança até 6 meses.
Doses mais elevadas de 1200 a 1500 mg por dia foram tomadas por via oral com segurança por até 4 semanas.
Os sprays de CBD aplicados sob a língua foram utilizados em doses de 2,5 mg durante 2 semanas.
Alguns efeitos colaterais relatados incluem boca seca, pressão arterial baixa, tontura e sonolência.
Efeitos colaterais de outros usos do CBD
– Qualquer pessoa que esteja pensando em usar o CBD deve conversar com um profissional de saúde qualificado de antemão.
– Os medicamentos que não têm a aprovação da Anvisa estão fora da certeza de um nível seguro ou efetivo do canabidiol.
Produtos não aprovados podem não ter as propriedades ou o conteúdo declarado na embalagem.
– Entre algumas certezas: o uso de maconha durante a gravidez leva a prejuízos no desenvolvimento fetal dos neurônios e o uso regular entre adolescentes está associado a questões relativas à memória, comportamento e inteligência.
Riscos
Ainda faltam dados de segurança de longo prazo disponíveis.
Além disso, até o momento, os pesquisadores não realizaram estudos envolvendo crianças.
Portanto, o uso dessa substância deve ocorrer com acompanhamento e muita cautela.