Tatuagem na terceira idade – Veja os cuidados.
Quando falamos em tatuagem, logo associamos tal tipo de arte aos jovens, não é mesmo?
Embora essas pessoas sejam realmente a maioria, a procura por tatuagem para terceira idade tem aumentado gradativamente em estúdios de todo o Brasil.
Foi-se o tempo em que os indivíduos mais maduros tinham de ser recatados: hoje em dia, há muito mais liberdade para se procurar autenticidade e realizar as próprias vontades, independentemente da idade.
Mas quem é tatuador deve ficar atento a algumas especificidades desse público e, assim, atender ao cliente da melhor maneira possível.
Nessa fase, a pele é mais elástica (e a cicatrização, mais difícil).
Além disso, algumas complicações podem aparecer.
Por que alguém procura fazer uma tatuagem na terceira idade?
A procura por tatuagem nos estúdios só tem aumentado ao longo dos anos, dada a popularidade que essa prática vem ganhando.
O estigma social negativo em relação aos indivíduos tatuados reduziu bastante e, hoje, é cada vez mais raro encontrar alguém que não tenha algum desenho pelo corpo, por menor que seja.
Para se ter uma ideia dessa crescente popularidade, o mercado de tatuagem cresceu 20% em 2016 e mais 24,1% em 2017, ignorando a crise que afetou outros setores.
Embora a maioria das pessoas que procura por essa modificação corporal seja jovem (cerca de 48,2%, segundo o censo da Superinteressante), o público da terceira idade também tem ido aos estúdios para fazer sua primeira tatuagem.
Os motivos são variados!
Muitas vezes, trata-se de:
– Buscar satisfazer vontades que não foram realizadas na juventude;
– Homenagear filhos, amigos e parentes queridos;
– Procurar expressar sua liberdade;
– Um desejo de demonstrar seus gostos pessoais;
– Eternizar seu amor pela arte da tatuagem.
Tatuagem na terceira idade
Quais são as diferenças entre a pele jovem e a madura?
Com o envelhecimento, algumas mudanças acontecem no corpo (e isso é perfeitamente natural).
A pele perde a elasticidade devido à diminuição da produção de colágeno, ficando mais suscetível a lesões.
Na terceira idade, a estrutura da pele fica mais frágil em todas as suas camadas — epiderme, derme e hipoderme —, o que a torna mais fina, além de propensa a rugas, linhas de expressão e manchas.
Se tais problemas não forem tratados ou acompanhados por um dermatologista, podem evoluir para melasmas e, até mesmo, câncer de pele.
Outro ponto de atenção com a pele madura é a diminuição de produção nas glândulas sebáceas, ou seja, a cútis fica mais seca e precisa de um reforço na hidratação.
Além disso, com o envelhecimento, o corpo fica mais suscetível a doenças circulatórias, diabetes e hipertensão, que também podem afetar a saúde da pele.
Por fim, algumas pessoas ficam mais propensas a ter úlceras na pele caso essa região seja perfurada, o que faz com que a tatuagem se torne um risco.
Os fatores que podem contribuir para esses casos são:
– Predisposição genética;
– Tabagismo;
– Doenças;
– Excesso de exposição solar;
– Abuso de álcool durante a vida.
Quais os cuidados que se deve tomar antes da tattoo?
Pelas características da pele madura, o tatuador precisa ter alguns cuidados especiais ao trabalhar com as pessoas dessa faixa etária.
Os pontos de atenção estão relacionados aos locais do corpo:
– é bom evitar lugares com manchas, visto que isso pode atrapalhar o acompanhamento do dermatologista e a prevenção de tumores;
– Membros inferiores, a depender da saúde do cliente, podem gerar úlceras ao serem lesionados;
– Mãos, pescoço, pulso e calcanhar são as áreas em que a pele é mais fina, o que requer um cuidado especial;
– Lugares mais flácidos podem demorar mais para cicatrizar. Isso deve ser observado pelo tatuador na hora de aconselhar o cliente quanto a uma possível mudança;
– Pessoas com histórico de queloide devem ser desaconselhadas a realizar o procedimento ou ter o acompanhamento de um dermatologista, visto que a cicatrização pode gerar tais lesões.
O ideal é que o tatuador, além de estudar bastante as especificidades da pele madura por meio de cursos, aconselhe seu cliente passar por uma consulta prévia com o dermatologista.
O profissional vai identificar possíveis alergias, o histórico de doenças e outros fatores que podem impedir a realização da tatuagem ou exigir cuidados na hora de tatuar.
Tatuagem na terceira idade
Quais as melhores técnicas para tatuar?
Os principais pontos aos quais o tatuador deve atentar são: o lugar em que será feito o desenho e a paleta de cores escolhida — que precisa ser usada com inteligência para, assim, ressaltar a beleza da pele madura.
Ao trabalhar o local, ele deve ficar atento a todas as questões do tópico anterior e, também, ao fato de que, pela estrutura mais frágil da pele, o cliente da terceira idade sentirá mais dor durante o procedimento.
Portanto, o ideal é que sejam feitas mais pausas ou que haja mais de uma sessão para completar o desenho.
Outro ponto importante é procurar especializar-se nesse tipo de cliente.
Para tanto, é recomendado buscar por cursos específicos, que cubram todas as especificidades de se tatuar uma pele madura.
E depois da tatuagem? Como cuidar?
A pele da terceira idade, por ter menos colágeno e uma estrutura mais frágil, apresenta dificuldades de cicatrização.
Isso quer dizer que o período de recuperação da tatuagem será bem maior e exigirá um acompanhamento mais próximo.
Além dos cuidados de sempre, como pomada cicatrizante e evitar sol, piscina ou praia, é recomendável fazer a suplementação de colágeno.
Essa substância ajuda no processo de cicatrização e acelera a recuperação, evitando as temidas úlceras.
Outro cuidado essencial é o uso de hidratantes específicos para essa faixa etária, que ajudarão a tatuagem a se recuperar sem quebrar ou perder a tinta.
É fundamental que o tatuador estude bastante e oriente seu cliente a ter cuidados redobrados com a tatuagem.
Assim, a arte trará apenas a expressão e a beleza desejadas pelo tatuado, sem nenhum efeito indesejado.
fonte: findtatoo