Mau humor dos idosos – Pode ser doença?
Zangado, o smurf Ranzinza e Lula Molusco são conhecidos personagens de animações infantis.
A proximidade entre eles, no entanto, vai além dos desenhos.
Em comum, todos estão sempre de mal com a vida.
Muitas vezes identificado como traço da personalidade, o mau humor pode ser doença, com direito a diagnóstico e tratamento.
Neste caso, chama-se distimia.
É um subtipo de depressão, considerada crônica e de moderada intensidade.
Em geral, caracterizada por irritação, tristeza e falta de vontade de agir.
Os sintomas, no entanto, muitas vezes não param por aí.
Pessimismo e tendência em ver sempre o lado ruim costumam ser comuns, assim como transtornos do sono, somatizações, alteração do apetite e sentimentos de incapacidade e de desesperança, tal como descrito no livro Do mau humor ao mal de humor: Distimia, diagnóstico e tratamento.
Mau humor dos idosos – Pode ser doença?
A característica básica deste transtorno é o fato de o indivíduo apresentar um humor deprimido durante grande parte do dia, na maior parte dos dias.
Os sintomas seguem por pelo menos dois anos, nos quais o mau humor permanece, apesar de às vezes existirem períodos de humor normal em pequenos intervalos.
No livro de autoria do médico Táki Cordás e colaboradores, eles ainda lembram que os pacientes que sofreram da doença desde a infância ou adolescência tendem a acreditar que esse estado de humor é natural deles, faz parte do jeito de ser e, por isso, não procuram um médico.
Apesar do humor deprimido e da falta de prazer, elas seguem tocando a vida.
Muitas vezes são considerados até por aqueles mais próximos como desagradáveis, de difícil relacionamento, que estão sempre a se queixar de algo ou alguma coisa.
Cordás explica que, ao contrário da depressão, a distimia não apresenta ruptura, ou seja, em um dia o indivíduo está bem e, no outro, prostrado.
Parece, aos olhos dos outros, uma fase marcada por muitos resmungos e pouca socialização.
Uma rabugice sem fim.
Os especialistas Aline Sardinha e Antonio Nardi, autores de um dos artigos sobre o tema no livro, explicam que a personalidade está diretamente ligada a questões genéticas, a um padrão estável de pensamento, afeto e comportamento, que inclui aspectos do desenvolvimento.
Apesar de muitas vezes ser usada como sinônimo de caráter e de temperamento, vale ressaltar que enquanto o primeiro está ligado ao sistema de crenças acumuladas ao longo da vida, o segundo faz parte da genética.
Assim, o transtorno de personalidade implica em um padrão persistente que se desvia das expectativas do indivíduo e provoca sofrimento.
A boa notícia é que, sim, tem tratamento.
E o acompanhamento do profissional adequado faz toda a diferença para obter os resultados esperados.
fonte: CVV
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