Machu Picchu, os incas e você – Belo roteiro
VôVó, escolher um roteiro de viagem não é uma tarefa tão fácil assim para a terceira idade.
Há de se escolher bem os locais e os que eles podem nos oferecer de qualidade Figurinha carimbada entre as listas de destinos mais desejados do mundo, Machu Picchu é desses lugares que mexem com a imaginação das pessoas.
Na volta, os amigos não perguntam “E então, o que você achou de lá?”, mas sim “Me conta: o que você sentiu?”.
É comum que se fale de boas vibrações e de renovação de energias.
Seja você da turma dos místicos ou da turma dos pragmáticos, a verdade é que Machu Picchu faz a gente se sentir pequenininho – frente à grandiosidade dos Andes, a uma impressionante obra de arquitetura e, enfim, à História.
A cidade inca perdida
Machu Picchu é um dos sítios arqueológicos mais importantes do mundo.
A Unesco o descreve como “o legado tangível mais significativo da civilização inca”. Acredita-se que a cidadela tenha sido erguida no século XV e abandonada após a chegada dos conquistadores espanhóis ao Peru.
A sangrenta investida da Espanha sobre o Império Inca começou em 1532.
O mundo só veio a conhecer Machu Picchu após 1911, através dos relatos do arqueólogo americano Hiram Bingham.
Não é que as ruínas estivessem totalmente perdidas ou esquecidas; outros exploradores passaram por lá antes, e por ali viviam pessoas de origem quéchua.
Hiram Bingham chegou até as ruínas acompanhado por moradores locais, inclusive. A
diferença é que ele reconheceu, mesmo debaixo de toda vegetação crescida ao longo de quase 600 anos de abandono, que aquele se tratava de um achado sem precedentes.
Pediu financiamento para estudar a área, e a descoberta foi divulgada mundialmente.
Como é a visita a Machu Picchu
Das publicações científicas para as capas das revistas de turismo, hoje Machu Picchu recebe milhares de visitantes diariamente.
Mochileiros, montanhistas, trekkeiros e senhores de 70 anos com espetacular preparo físico fazem da viagem uma grande aventura, percorrendo a Trilha Inca ou a Trilha de Salkantay a pé.
Chegam a Machu Picchu pelo alto das montanhas, em tours que levam 4 ou 5 dias.
Mas Machu Picchu também pode ser visitado em um esquema mais tranquilo?
Sim! É como a maior parte das pessoas faz, chegando à cidade-base de Águas Calientes de trem, subindo de Águas Calientes ao parque de ônibus e fazendo o passeio em seu ritmo.
É uma aventurinha mais amigável, mas ainda assim uma aventurinha – em parte pelo que se aprende ao contratar um tour guiado, e pelo esforço físico que, de toda forma, se faz.
Percorrer toda a extensão das ruínas rende um passeio de 3 a 5 horas, com um sobe-e-desce constante de degraus bem altos. Cansa.
Mas é lindo.
Dá para fazer com menos sobe-e-desce?
Sim. Os 20 primeiros minutos de escada acima são os mais puxados, mas já levam direto à vista mais conhecida de Machu Picchu.
Se você tiver dificuldades de mobilidade, ou simplesmente quiser gastar a sua visita apenas contemplando aquele visual, o seu ticket já valeu.
(Mas se puder, encare a caminhada.)
E as montanhas de Huayna Picchu e Machu Picchu? Preciso subir?
Não obrigatoriamente. Subir as montanhas de Huayna Picchu ou de Machu Picchu (homônima ao parque) é para quem prefere o passeio “com emoção”.
Eu não subi, mas a opinião de amigos que foram (e que adoraram) é de que a experiência do parque já é bastante completa com um bom tour guiado pela cidadela.
Se estiver em boa forma e gostar desse tipo de desafio, vá em frente (e compre com antecedência a modalidade de ingresso que permite a subida).
A escalada Huayna Picchu acima leva de 45 a 90 minutos; para Machu Picchu, considere 1 hora e 30 minutos a 2 horas de subida.
E a Ponte Inca? Preciso visitar?
A trilha à Ponte Inca é um caminho em sua maior parte plano, que sai de dentro do parque e leva a uma ponte de madeira que pode ter sido uma rota de fuga inca.
É uma caminhada leve a moderada, com vista para as montanhas e ladeada por um… penhasco.
A trilha não faz falta, mas permite um contato maior com a floresta.
Para essa trilha não é necessário ingresso, e dá para percorrer o caminho em cerca de 40 minutos.
Sou obrigado a contratar um guia?
Passear por Machu Picchu com guia não é obrigatório, mas é muito mais interessante.
A bem da verdade, até hoje não se sabe muito sobre o que representou Machu Picchu nos tempos do império.
A civilização inca não deixou escritos, e as crônicas dos conquistadores espanhóis não mencionam a cidadela.
Teorias não faltam, e elas ajudaram a dar nome a cada parte das ruínas, a imaginar suas funções e a explicar a avançada engenharia aplicada ali, que manteve a cidade de pé mesmo muitos séculos e alguns terremotos depois.
O seu guia vai ajudar a contextualizar tudo isso.
Guias particulares cobram por 2 horas de passeio e esse é um investimento que vale bastante a pena.
Apenas guias oficialmente credenciados podem entrar em Machu Picchu, então dá para contratar até mesmo aqueles que ficam na porta oferecendo serviços “no grito”.
A vantagem de contratar com antecedência é poder negociar valores e buscar um guia que fale um idioma que você compreenda bem.
Será que vou passar mal por conta da altura?
Machu Picchu fica a 2.400 metros do nível do mar.
Em grandes altitudes é comum sentir alguma tontura, enjoo, falta de ar ou dor de cabeça — esse mal-estar é conhecido como soroche.
Se você dormir na véspera em Águas Calientes, ou se estiver vindo de alguns dias em cidades mais altas (como Cusco ou as cidadezinhas do Valle Sagrado), a chance de se sentir mal ao visitar as ruínas é pequena. Permita-se um tempo para aclimatar.
O que eu não posso esquecer de levar?
Além do ingresso, é preciso apresentar também o passaporte ou a carteira de identidade (o documento que tiver sido usado para a compra).
Coloque na mochila protetor solar, repelente, duas garrafas de água, um lanchinho leve e um agasalho. Vista roupas de caminhada e o seu tênis mais confortável.
É bom lembrar que dentro do parque não há banheiro, e que a lanchonete da estação de ônibus é cara pra bedéu.
Quando ir a Machu Picchu
A época ideal para ir a Machu Picchu vai de abril a setembro, quando há mais chance de se pegar tempo firme por lá.
Julho e agosto, meses de férias na Europa e nos Estados Unidos, devem ser, se possível, evitados – é período em que o parque fica mais cheio.
Pacote de Carnaval para-Machu Picchu?
Fuja dessa roubada!
O verão é a estação das chuvas, que podem cair em volume o suficiente para estragar a sua viagem.
Evite janeiro e fevereiro, principalmente.
fonte:viagemnaviagem