Febre amarela, dengue, zika vírus e chikungunya.
Há mais de 30 anos o Brasil vive uma epidemia de dengue que parece não ter fim.
Mais recentemente, como se não bastasse, o país viu o surgimento do zika vírus e chikungunya, duas novas doenças transmitidas pelo mesmo mosquito da dengue, que se transformaram em verdadeiras ameaças à saúde da população.
Agora, um outro problema vem assustando os brasileiros: o surto de febre amarela, doença que há 10 anos não provocava vítimas no país.
A seguir, confira mais informações sobre as quatro doenças:
Febre Amarela
É uma doença infecciosa que pode levar à morte em cerca de uma semana, se não for tratada rapidamente.
A febre amarela apresenta dois ciclos: a silvestre, transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, e a urbana, transmitida pelo Aedes aegypti.
Até agora, todos os casos de febre amarela contabilizados estão nas zonas rurais.
Nos meios urbanos, a doença deixou de ser registrada em 1942.
Como é transmitida?
A febre amarela silvestre é transmitida através da picada de mosquitos Haemagogus e Sabethes, que vivem em matas e vegetações à beira dos rios.
Quando um desses mosquitos pica um macaco doente (o animal é o principal hospedeiro do vírus da febre amarela), ele torna-se capaz de transmitir o vírus a outros macacos e ao homem.
Já a febre amarela urbana é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, caso ele tenha picado anteriormente uma pessoa infectada pelo vírus.
Sintomas
- Febre alta;
- Calafrios;
- Cansaço;
- Dor de cabeça;
- Dor muscular.
- Náuseas e vômitos que duram, em média, três dias.
Nas formas mais graves da doença, podem ocorrer icterícia (olhos e pele amarelados), insuficiências hepática e renal, manifestações hemorrágicas e cansaço intenso.
Vacinação
A vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da doença.
No entanto, apenas moradores de regiões silvestres, rurais ou de mata e pessoas que pretendem visitar esses locais devem se vacinar (dez dias antes do deslocamento).
A vacina pode ser administrada a partir dos 9 meses de idade, porém, em situações de emergência, a imunização poderá ser feita a partir dos 6 meses.
De acordo com anúncio recente do Ministério da Saúde, a partir deste mês, a dose da vacina ofertada pelo SUS será única e válida por toda a vida.
Até então, o Brasil adotava o esquema vacinal de duas doses, sendo a segunda recomendada dez anos após a primeira.
Regiões de risco
Locais onde têm matas e rios onde o vírus e seus hospedeiros e vetores ocorrem naturalmente são identificadas como áreas de risco.
Febre amarela, dengue, zika vírus e chikungunya
Dengue
A dengue é considerada um dos principais problemas de saúde pública de todo o mundo.
No Brasil, foi identificada pela primeira vez em 1986 e é a doença mais grave quando comparada ao zika vírus e chikungunya.
Ao todo, existem quatro tipos de dengue: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Além da transmissão através da picada do mosquito Aedes aegypti, existem registros de que a dengue possa ser transmitida de forma vertical (gestante – bebê) e por transfusão de sangue.
Sintomas
- Dor de cabeça intensa;
- Manchas vermelhas: a partir do 5º dia (em 30% a 40% dos casos);
- Febre alta: 38º (2-7 dias);
- Coceira leve;
- Dor intensa nos músculos;
- Dor articular leve.
A dengue hemorrágica é a forma grave da doença e pode levar à morte. Ela provoca hemorragias nasais, nas gengivas, nas vias urinárias, gastrointestinais ou uterinas.
Zika vírus
O zika vírus foi identificado pela primeira vez no Brasil em abril de 2015 e está relacionado com a Síndrome de Guillain-Barré, uma síndrome neurológica que causa paralisia, e com casos de microcefalia em bebês, cujas mães foram contaminadas pelo vírus durante a gestação.
Além de ser transmitido pela picada do Aedes aegypti, é crescente a evidência científica de que o zika vírus pode ser sexualmente transmissível, segundo o Ministério da Saúde.
Sintomas
Em cerca de 80% dos casos de zika vírus os indivíduos não manifestam sintomas.
Porém, em 20% dos casos podem surgir os seguintes sintomas:
- Dor de cabeça moderada;
- Hipertrofia ganglionar (ínguas pelo corpo);
- Manchas vermelhas intensas – 90% a 100% dos casos;
- Febre baixa;
- Coceira moderada a intensa;
- Inchaço leve a moderado nas articulações;
- Conjuntivite – 50% a 90% dos casos;
- Dor moderada nos músculos;
- Dor articular moderada.
Chikungunya
Os primeiros casos da doença no Brasil apareceram em setembro de 2014 no Amapá.
Antes disso, já haviam sido registrados casos de pessoas que contraíram o vírus fora do país.
É uma doença transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus.
Sintomas
- Dor de cabeça moderada;
- Manchas vermelhas: 1º ou 4º dia – 50% dos casos;
- Febre alta: 38º (2 – 3 dias);
- Coceira leve;
- Inchaço nas articulações frequente – moderado a intenso;
- Conjuntivite: 30% dos casos;
- Dor articular frequente – moderada a intensa;
- Dor intensa nos músculos.
Vacinação
É possível encontrar a vacina contra a dengue em clínicas particulares. Porém, a imunização ainda não está disponível na rede pública. Para as demais doenças, ainda não existem vacinas disponíveis.
Uso de repelentes
A Anvisa aprova apenas três princípios ativos de repelentes contra o Aedes aegypti, o que os diferencia é o tempo de ação. Veja quais são:
IR3535 – 4h
DEET – 6h-8h (com concentração de 20%)
ICARIDINA – 10h
É importante que as mulheres grávidas apliquem diariamente repelentes nas áreas mais expostas do corpo.
Mitos e verdades sobre dengue, zika vírus e chikungunya
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– Para se proteger do Aedes aegypti não basta jogar fora a água parada
Mito.
É preciso lavar os recipientes com escova e palha de aço, pois os ovos do mosquito podem permanecer grudados nas paredes dos recipientes sem eclodirem por até um ano.
-Todo mosquito pode transmitir essas doenças.
Mito.
Apenas o Aedes aegypti, quando infectado, pode transmitir essas doenças.
Ele tem a cor preta com riscos brancos e é um pouco menor que os mosquitos comuns.
– O Aedes aegypti tem hábitos diurnos sobretudo ao amanhecer e ao entardecer e não faz zumbido.
Verdade.
Mas, cuidado!
Se ele estiver faminto também pode picar à noite.
– Nenhum medicamento cura a dengue, o zika vírus e o chikungunya
Verdade.
Não existe nenhum antiviral que cure essas doenças.
Quando a pessoa é diagnosticada com uma delas, seus sintomas é que são tratados de modo paliativo com analgésico, antitérmico e muita hidratação.
É importante lembrar que é proibido o uso de ácido acetilsalicílico (e todo o medicamento que contenha esse composto em sua fórmula), pois provoca sangramentos.
Só tem dengue hemorrágica quem contrai a doença pela segunda vez.
Mito.
Embora seja mais comum em pessoas que já tiveram a forma clássica da doença, a dengue hemorrágica pode atingir quem nunca teve o vírus antes, principalmente quando não há um acompanhamento médico eficaz do paciente infectado com a dengue clássica.
O diagnóstico dessas doenças é feito por exame clínico.
Verdade.
Porém, a comprovação do diagnóstico, se for desejada por algum motivo, pode ser feita através do PCR (Polymerase Chain Reaction), indicado para a detecção do vírus nos primeiros dias da doença; o teste sorológico IgM, que identifica anticorpos na corrente sanguínea; e o IgG para verificar se a pessoa já teve contato com o vírus em algum momento da vida.
Quem já teve essas doenças fica imune a elas.
Mito.
Com relação à dengue, existem quatro sorotipos do vírus.
A pessoa que contrai a doença fica imunizada para aquele tipo, mas não para os outros.
Com relação ao zika vírus, ainda não há uma comprovação científica sobre isso.
Já quem teve chikungunya fica imune o resto da vida.
fonte: sul américa