Cirurgia Plástica – Saiba quais são os cuidados.
É preocupante aquilo que assistimos com relação a morte de uma paciente no Rio de Janeiro que realizou procedimentos cirúrgicos para realização de uma plástica e que culminou em uma morte.
Isso nos deixa um tanto quanto preocupados, mas aqui estamos com o intuito de alertar a todas(os) sobre esses tipos de cirurgias realizadas muitas vezes por profissionais não qualificados.
E, veja bem, que não é somente na cirurgia plástica que isto acontece.
Mas de antemão, o objetivo aqui é o de esclarecer e informar à todos vocês sobre como proceder quando da tomada de decisão com relação a qualquer tipo de cirurgia plástica.
Importante ao ler tudo o que abaixo citamos, e também levar ao conhecimento de seus amigos (as) e de toda a sua família, inclui-se aí, filhas, filhos, netos e netas.
Não podemos mais correr esses tipos de riscos, ou melhor, riscos de morte, com maus profissionais que se encontram no mercado, tendo atitudes totalmente abusivas, improcedentes e antiprofissionais.
Não se deixe mais levar por propagandas enganosas e principalmente por esses profissionais desqualificados e que deveriam ser dizimados do mercado.
É a nossa obrigação de trazer à tona este fato, mas que o estado de alerta sirva para que sejamos mais cuidadosos com a nossa própria vida e daqueles que nos cercam.
Nas matérias a seguir, traremos dois conteúdos, ou seja, o primeiro falar sobre o que uma paciente deve saber antes de realizar uma cirurgia plástica e a outra uma entrevista detalhada com o Secretário da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Vamos à elas:
Importantíssimo saber:
Secretário da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica afirma que há inversão de valores, promovida por mídias sociais.
A morte da bancária Lilian Calixto (46), na semana passada, após um procedimento estético em um apartamento na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, levanta uma série de questionamentos e deve chamar a atenção principalmente daqueles que querem mudar o corpo a qualquer custo.
A situação remete à reflexão, em primeiro lugar, sobre a perda de uma vida, atraída por ostensiva publicidade nas redes sociais, por um médico conhecido como “Dr. Bumbum”, que não era especialista e realizou o procedimento, com substância perigosa, em local inadequado.
O PMMA (polimetilmetacrilato) usado causou complicações em pelo menos 17 mil em São Paulo, apenas em 2016, estima uma pesquisa.
10 fatos que a paciente precisa conhecer
Antes de se submeter a uma cirurgia plástica, é preciso estar absolutamente segura do que se deseja, conhecer as reais possibilidades que a técnica oferece, confiar no cirurgião plástico e ter em mente que o procedimento envolve riscos, sim.
Conheça os principais pontos que você precisa ter em mente antes de encarar o bisturi:
Mantenha os pés no chão: de nada adianta esperar resultados impossíveis!
Um profissional experiente saberá esclarecer quais as possibilidades reais de cada técnica da cirurgia plástica, suas limitações e adequações.
Essa conversa franca e transparente é de extrema importância para equiparar as suas expectativas com as possibilidades reais de resultado.
O corpo tem limites.
Toda cirurgia tem como princípio preservar a função e a sensibilidade do órgão ou região trabalhada.
Portanto, de nada adianta ficar com um nariz esteticamente perfeito e ter dificuldades para respirar.
A cirurgia plástica deve respeitar os limites do que é saudável para a anatomia humana.
Muito mais do que apenas mudar uma fisionomia, a cirurgia plástica também influencia no aspecto psicológico.
É preciso estar pronta para essa transformação!
Submeter-se a uma intervenção cirúrgica permitirá equilibrar sua autoimagem com o mundo que a cerca, mas é preciso limitar as expectativas.
Lembre-se: a mudança física, isoladamente, não é uma mudança de vida.
Você também é responsável pela sua segurança.
Antes da cirurgia, é imprescindível que o médico faça uma análise geral do estado de saúde da paciente, solicitando exames de sangue, raio-x e eletrocardiogramas, bem como avaliando os riscos cirúrgicos por meio do histórico individual.
É por esse motivo que você não deve omitir qualquer sintoma prévio, evitar medicamentos que interajam com os anestésicos, fazer todos os exames solicitados e seguir à risca as orientações do seu médico!
Não é possível prever com absoluta certeza como se dará a cicatrização.
Peles negras e amarelas têm maior disposição para desenvolver queloides, entretanto, outros grupos raciais também podem vir a desenvolvê-las.
Durante a consulta com o seu cirurgião, não hesite em informá-lo caso já tenha notado episódios de má cicatrização.
Toda cirurgia plástica deve ser realizada em hospital com estrutura completa de segurança, com pronto-atendimento, médicos de outras especialidades, equipamentos de suporte, laboratórios e unidade de terapia intensiva.
Nunca se submeta a uma cirurgia plástica realizada em clínicas ou consultórios.
A idade da paciente é um fator que não pode ser negligenciado.
Quanto maior ela for, mais meticulosos devem ser os exames pré-operatórios.
No entanto, se a avaliação clínica concluir que a paciente está em boas condições para operar, os riscos de complicações são equivalentes aos de qualquer outra pessoa, independentemente de sua idade.
Cirurgia Plástica – Os cuidados necessários antes de realizá-la
Os resultados definitivos de uma cirurgia plástica podem levar semanas ou meses para aparecer.
É preciso saber lidar com a ansiedade, ter paciência e, acima de tudo, seguir todas as recomendações médicas!
Prepare-se para o pós-operatório! Fatores como dor ou desconforto são comuns em quase todo procedimento cirúrgico.
Neste período, é possível que haja algumas restrições de movimento e posições, bem como inchaços e edemas.
O excesso de calor devido ao uso de malhas compressivas também é uma dificuldade a ser vencida.
Todo procedimento cirúrgico está sujeito a riscos, e com a cirurgia plástica não é diferente.
Estatisticamente, é mais perigoso andar de automóvel do que se submeter a uma cirurgia plástica, mas para tanto é preciso que o procedimento só seja realizado por um cirurgião plástico de confiança e apenas quando o risco para a paciente é mínimo.
Cirurgia Plástica – Os cuidados necessários antes de realizá-la
Leia a entrevista completa de Dênis Calazans – Secretário da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
Ganhou repercussão o caso da mulher que morreu após aplicação de polimetilmetacrilato (PMMA).
Que substância é esta?
Quantas outras pessoas Brasil afora o Sr. acredita que se arriscam com produtos como este?
R: Polimetilmetacrilato é um polímero sintético, grosso modo, microesferas de acrílico, que a despeito dos múltiplos alertas científicos da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e Conselho Federal de Medicina (CFM), ainda segue sendo comercializado com aval da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Pesquisa bioestatística realizado pela Regional SP da SBCP, em 2016, restou estimado que 17mil pacientes apresentaram complicações advindas da utilização de PMMA.
O baixo custo do produto, é fomento de utilização do produto, sobretudo em grandes volumes.
Como a classe vê a exposição e facilitação dos procedimentos estéticos por meio das redes sociais?
O “Dr. Bumbum” tinha milhares e milhares de seguidores e atraiu a atenção da paciente que morreu.
R: É lamentável que ocorra uma tragédia de tamanha monta, uma vida ceifada (como o caso que vitimou paciente, amplamente divulgado pela imprensa esta semana no Rio de Janeiro), para que a sociedade e os órgãos oficiais investidos de poderes para fiscalização da medicina, se sensibilizem e despertem para a periculosidade de abusos de publicidade de tratamentos estéticos, sobretudo em mídias sociais.
Embora a publicidade médica seja regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (Resoluções CFM nº 1974/2011 e 2126/2015), oportunistas se valem da má fiscalização, e se apresentem de modo midiático e teatral, promovendo tratamentos estéticos de modo comercial, onde desavisados pacientes se tornam mero objeto de mercancia.
Via de regra, estes profissionais aéticos, se apresentam como de capacidade e condutas ilibadas, verdadeiramente vendendo resultados ilusórios.
Agrava-se o fato de muitos destes profissionais de saúde, entre eles médicos, não possuírem qualificação (formação) atestados por Título de Especialista outorgado pela Associação Médica Brasileira (AMB), Conselho Federal de Medicina (CFM), Ministério da Educação, e Sociedades de Especialidade, no caso a Dermatologia (Sociedade Brasileira de Dermatologia) e Cirurgia Plástica (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
Há uma inversão de valores, promovida por mídias sociais.
Um médico não é admirado e procurado por sua competência científica, capacidade técnica, qualificação profissional e respeitabilidade, mas sim pelo número de “likes” e seguidores de suas mídias sociais.
É preciso repensar este comportamento social, em prol da segurança da população.
É verdade que as selfies fez aumentar a procura por procedimentos estéticos no rosto?
R: Evidente que estamos aqui a falar conjecturalmente, posto que não existem análises estatísticas que atestem este comportamento.
Entretanto, a prática médica, em áreas estéticas, demonstra que este comportamento social de “ditadura da beleza” que estamos vivendo, tem trazido impacto no comportamento psico-social de muitos pacientes.
Muitos chegam ao consultório de cirurgiões plásticos acreditando que tratamentos médicos se assemelham a transformações mágicas.
Outras vezes, a distorção de análise de sua imagem, calcada em “selfies” geram angústia e ansiedade extremas, e como todo radicalismo, culmina em obsessão e transtornos maiores, geralmente difíceis de serem atendidos em tratamentos estéticos (cirúrgicos ou não).
É importante que se diga que tratamentos estéticos cientificamente reconhecidos, e de atuação da cirurgia plástica e dermatologia, pendem de um diagnóstico e conduta médica, como em toda a medicina.
O conceito de saúde, preconizado pela Organização Social de Saúde é “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”.
Assim, não se pode admitir a banalização de tratamentos estéticos reconhecidos, como se fossem frivolidades.
Quais os procedimentos estéticos mais procurados entre as mulheres e entre os homens atualmente?
R: Os procedimentos estéticos podem ser cirúrgicos, minimamente invasivos, ou clínicos.
Os cirúrgicos mais realizados no Brasil atualmente são os implantes mamários (próteses de silicone), lipoaspiração e rinoplastias.
Com o desenvolvimento de técnicas minimamente invasivas (toxina botulínica, preenchedores faciais com ácido hialurônico, fios e técnicas de suspensão facial) as cirurgias de rejuvenescimento facial foram proteladas, embora seus resultados ainda sejam os mais notáveis e duráveis.
Os tratamentos clínicos são de amplo arsenal, com o avanço tecnológico dos cosméticos e cosmecêuticos.
Qual é o passo a passo correto e seguro desde o momento em que uma pessoa decide passar por um procedimento estético até a efetiva realização? (como é feita avaliação inicial, quais exames são feitos, quais cuidados preparatórios e ambiente adequado para os procedimentos)
R: Reiteradamente a SBCP se pronuncia sobre estas recomendações.
A primeira e mais importante:
Sempre buscar um profissional qualificado, um médico portador de Título de Especialista (nos moldes já ditos, na resposta da pergunta 2), membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e/ou Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Embora estes médicos possuam características profissionais personalíssimas, o Título de Especialista lhes assegura formação, capacitação e habilitação para práticas médicas seguras e reconhecidas cientificamente.
Estes médicos terão competência para identificar, diagnosticar e indicar a melhor conduta para cada caso.
Segundo:
Nunca se deixar levar por modismos ou mídias sociais.
Desconfie de publicidade ostensiva de médicos ou profissionais da área de saúde, sobretudo os grupos de WhatsApp, Instagram e Facebook, de pessoas que publicam reiterados elogios e fotos de resultados cirúrgicos de determinado profissional.
Atrás destas publicações, geralmente, se escondem profissionais aéticos, tecnicamente sofríveis, ávidos por angariar pacientes por puro interesse financeiro, e que se valem destes artifícios de imposição profissional, que findam sendo verdadeiras armadilhas para desavisados pacientes.
Terceiro:
Verificar as condições sanitárias e recursos onde tratamentos serão realizados.
Qualquer procedimento invasivo deve ser realizado em estabelecimentos de saúde com as devidas licenças sanitárias, e preparados para eventuais emergências.
Um exemplo típico de irregularidade e periculosidade são as lipoaspirações realizadas em consultórios de profissionais de saúde.
Quarto:
Seguir criteriosamente as recomendações médicas, e a manutenção de canais de comunicação com o médico assistente a fim de dirimir dúvidas e/ou relatar ocorrências não previstas.
Quando uma pessoa decide submeter-se a um procedimento estético, o que deve ser ponderado, pois o que se vê, muitas vezes, é a necessidade de ficar “belo” a qualquer custo.
R: Um médico qualificado saberá identificar os comportamentos obsessivos de pacientes que esperam muito mais do que a técnica empregada possa lhes oferecer.
Estes pacientes devem ser cuidadosamente trabalhados antes da decisão por determinado tratamento, a fim de que a expectativa exacerbada não seja um problema de frustração posterior, agravando ainda mais a percepção de insatisfação inicial.
Quais os riscos da realização de um procedimento estético por um médico que não tenha formação em cirurgia plástica?
É crescente invasão da especialidade por não especialistas?
R: O Brasil vive atualmente um preocupante e silente movimento.
O número excessivo de escolas médicas entregando ao mercado aproximadamente 27.000 médicos por ano.
A medicina avançou, se aprimorou tecnológica e cientificamente, entretanto seguimos (os médicos) regidos por uma Lei Federal de 1957, em que outorga a médicos, recém-formados ou não, direito de atuar em qualquer área da medicina, como se tivesse em seu diploma um mandado ilimitado.
É um desalinho inimaginável tão grande, que seria o mesmo que alguém permitir um competente ginecologista realizar uma cirurgia cardíaca, ou uma neurocirurgia.
Como a estética é um atrativo financeiro, muitos incautos profissionais se apresentam “travestidos” de dermatologistas e cirurgiões plásticos, promovendo barbáries como as noticiadas pela imprensa esta semana no Rio de Janeiro.
A SBCP sempre primou pela excelência na qualificação e formação dos cirurgiões plásticos brasileiros, motivo pelo qual a Cirurgia Plástica brasileira é cientificamente respeitada mundialmente por sua excelência e produção científica.
Desta forma, desde 2012 que a SBCP protesta formalmente junto ao Conselho Federal de Medicina e Poder Legislativo, a edição de normas legais que assegurem o exercício de especialidades de alta complexidade (exemplo: Cirurgia Cardíaca, Neurocirurgia, Cirurgia Plástica, e outras que demandem mais de 5 anos de especialização) exclusivamente aos portadores de Título de Especialista na área.
Cirurgia Plástica – Os cuidados necessários antes de realizá-la
Não bastasse os médicos aventureiros, que realizam tratamentos estéticos sema devida qualificação, outros profissionais da saúde se arvoraram ao direito de mesmas práticas.
Com o respeito que devotamos a outras áreas da saúde, entendemos que atos médicos devem ser realizados por médicos, assim como cada profissional, em sua área para qual se formou academicamente.
O problema tomou proporções tão preocupantes, que após esgotadas as tentativas diplomáticas e conciliadoras de sensibilizar estas classes profissionais, só nos restou a Judicialização da questão, a fim de garantir a segurança da população.
Em recente decisão da Justiça Federal do Estado do Rio Grande do Norte, reafirmada por instâncias superiores (Tribunal Regional Federal e Superior Tribunal de Justiça), ficou determinado (por força liminar) a suspensão de normativa que outorgava poderes de realização de toxina botulínica e preenchedores faciais, por odontólogos.
Por meio de quais canais é possível obter esclarecimentos seguros, inclusive sobre os profissionais?
R: Portais de internet dos Conselhos Regionais de Medicina (www.cremesp.org.br);
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (www.cirurgiaplastica.org.br);
Sociedade Brasileira de Dermatoloia (www.sbd.org.br).
fonte: sociedade brasileira de dermatologia
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