Ser avô é uma grande magia.
A vida nos dá netos para preencher o vazio do envelhecimento.
“Ser avó é ser criança, Renovar a fé e a esperança; é tornar possível, resgatar o tempo florido da infância” (Lucia Helena)
Dia destes, o meu caro doutor Edgar de Jesus, advogado jundiaiense dos mais renomados, enviou-me uma mensagem, com os seguintes dizeres:
“Estamos exaustos de desgraças, coisa boa precisa ser lembrada, ainda mais quando toca nossos corações.
Sabe meu grato amigo, por falar em coisas do coração, lembrei-me do nosso dia, avôs que somos, dos iluminados queridos netos.
Netos são como heranças: você os ganha sem merecer. Sem ter feito nada para isso, de repente lhe caem do céu…
É como dizem os ingleses, um ato de Deus”.
Sem se passarem as penas do amor, sem os compromissos do matrimônio, sem as dores da maternidade.
E não se trata de um filho apenas suposto.
O neto é, realmente, o sangue do seu sangue, o filho do filho, mais que filho mesmo…(Rachel de Queiroz).
A pandemia que nos trouxe tantos males, deixou-nos uma bela lição de amor.
Ficamos longos dias separados da convivência familiar.
Meus filhos traumatizados por este cruel vírus mantinham a triste distância do isolamento.
No fundo do coração, subalterno às circunstâncias, agarrava-me à tristeza e à saudade de não ter os netos perto de mim.
A angústia afetiva se revelava pela dúvida da própria existência.
Ser avô é uma grande magia.
Mas fiz uma grande descoberta.
Foi assim como se acendesse uma luz intensa, por algo de nosso maior amor.
Pai!
Os netos querem te ver e a Letícia e o Gabriel querem dançar um “just dance” com você.
Sim, tem razão Rachel de Queiroz.
A vida nos dá netos para preencher o vazio que seria um envelhecimento, sem novos sonhos.
E pela força deste amor, que recomeçamos nossas vidas.
O que torna estes netos encantadores é a simplicidade, a ingenuidade e a doce franqueza.
Como é divertido ver suas travessuras, suas alegrias, suas peraltices.
Tudo podem.
Os passeios de mãos dadas.
As idas aos shoppings.
Parquinhos e piscinas.
Chocolates e sorvetes.
Celular para conversar com as amiguinhas.
Fins de semanas com inúmeras atividades de recreação.
Um mundo mais leve e mais mimado.
aquele vaso precioso, que ornamentava a casa, foi ao chão, estava no lugar errado.
Criamos filhos, amamos filhos, mas não nos pertencem.
Seguem o mesmo caminho, a que nós também, um dia escolhemos na vida.
Mas com os netos, somos diferentes.
Um ato de Deus. Vem compensar tudo aquilo o que nos faltou em nossa fragilidade.
A vida me foi generosa.
Surpreendeu-me, com um doce sentimento, que jamais julguei existir.
A presença de netos, em nossas vidas de avôs.
Quando pensamos que estamos no final da régua da vida, com os filhos criados, com todas as emoções vividas, surge a presença de netos, que atribui ao destino, o sublime momento de avôs.
Ser avô é uma grande magia.
Há um novo sopro de vida.
O que parecia viver uma etapa final implora-se um acréscimo mais longo.
Um acréscimo, como escreveu a poetisa Lucinha na fé na esperança.
E a fé e esperança, como afirma o empresário Renato Marcondes, no compromisso maior de construirmos um mundo melhor para nossos netos.
Eu sou um avô muito feliz.
Agradecido meu Deus!
GUARACI ALVARENGA é advogado.
Fonte: Jornal de Jundiaí