O que importa na vida – Na terceira idade é viajar.
Na hora de definir a viagem, idosos preferem destinos que incluam programação variada.
A comodidade deve estar a um passo de distância, assim como pontos de atendimento médico.
“O uso das viagens serve para regular a imaginação por meio da realidade, e assim, em vez de imaginar como as coisas talvez sejam, você vê como elas realmente são.
Um mundo sem fronteiras é o sonho de qualquer alma viajante, e para descobrir os encantos que existem por aqui não há idade, não há limitações além daquelas criadas pela mente.
E para aqueles que sabem desfrutar o melhor da vida, também sabem que a idade é um número que anda cada vez mais desvalorizado, prestes a levar à falência quem se agarra a ele.
Viajar faz bem à alma e à saúde, “a viagem dá no mínimo mais um ano ou dois de vida.
Eles (idosos) vão ganhar vida”, diz Celso Kaufman, empresário de 79 anos.
Para ele, sair de casa e percorrer novos caminhos ainda é o melhor remédio.
“Velho tem é que sair de casa”, diz entre risadas.
Kaufman tem uma larga experiência em viagens, já que visitou países nos cinco continentes, e, entre os amigos, se tornou uma espécie de consultor.
Com as novas tendências de estilo de vida, os idosos têm mesmo preferido as ruas ao conforto de casa.
E para atender a esse público, que anda bastante antenado, o mercado turístico está se adequando para conceber produtos que atendam às necessidades e exigências da terceira idade.
O que importa na vida – Na terceira idade é viajar.
Que o diga Aurélio Rovo, 76, que costumava viajar sozinho, mas mudou o hábito: “minha mulher proibiu”, brinca.
“Agora, prefiro ir com os amigos ou com a família.
É melhor viajar reunido com os coroas, que são gente boa, a gente se diverte.
E velho é bom estar em conjunto, porque estamos sempre propensos a ter um treco.
Então, estar bem assistido é mesmo fundamental”, diz o aposentado, que viajou recentemente para o Rio de Janeiro, com a mulher e um grupo da terceira idade.
Não fugindo à regra, a porta de entrada de nosso país, o nosso litoral, é um dos destinos queridinhos da galera experiente.
“Existe uma certa preferência que são destinos de praia, na sua grande maioria.
O diferencial na escolha do destino será a programação”, explica Junior Lins, diretor executivo da agência de viagens Bancorbrás.
Para muito além de desejar ver belos cenários, o viajante da melhor idade quer ser surpreendido e envolvido pelo destino escolhido.
Por essa razão, os resorts são uma boa pedida.
“Com ampla gama de programação já definida, os resorts trabalham com sistema all inclusive, bebidas incluídas.
Há equipe que monitora a recreação, existem atividades noturnas temáticas, como jantares dançantes.
O grupo não dispersa tanto, todos participam das opções de lazer ofertadas”, diz Junior.
De acordo com o representante da agência, há outros destinos brasileiros que despontam como ideais para os idosos.
Ambos na região Sul, Foz do Iguaçu e Gramado encantam por sua beleza natural.
“A contemplação de natureza que é bem exuberante, as cataratas, além da possibilidade de visitar três países em um único dia.
Tudo isso é chamariz de Foz.
E Gramado por si só é um case de sucesso para o turismo nacional”.
Portugal em voga
Agradando a viajantes de todas as idades, Portugal tem se destacado na lista de destinos mais cobiçados.
“Está sempre no projeto e sempre é uma pedida.
Não dá para dissociar Portugal do Brasil.
Nos sentimos acolhidos, tem a questão do idioma que influencia bastante, mas Portugal por si só tem uma gama que pode explorar bastante.
Sobretudo a gastronomia e os excelentes vinhos, além da contemplação de estar na Europa e encontrar nossas raízes”, diz o diretor da Bancorbrás.
“Acabei de chegar de Portugal, estava em Lisboa.
Hoje, a grande moda para os brasileiros é Portugal.
É um fluxo incrível de brasileiros, desde o garçom ao executivo”, comenta Celso.
O empresário defende até uma partida sem volta para a terra de nossos irmãos europeus.
“É muito interessante para o aposentado ir para lá, o serviço médico é muito bom, o que é bastante importante para a terceira idade, e ele oferece uma segurança absoluta e uma tranquilidade.
É o grande atrativo para os brasileiros se mudarem para lá”.
O que importa na vida – Na terceira idade é viajar.
Vendo o mundo do navio
Um modo antigo de explorar o mundo e viver a experiência da viagem, sem pressa e tendo o caminho também como destino, os cruzeiros são uma excelente escolha para o público mais velho.
Completos, os navios são sinônimo de comodidade, além da diversidade de atrações que podem ser desfrutadas a uns passos.
“Cruzeiro é bom para velho, para terceira idade.
Eu sou conhecedor disso, porque eu estou nessa idade”, brinca Celso Kaufman.
Com todos os serviços inclusos e as opções de lazer disponíveis viajando junto com o hóspede, os cruzeiros são uma experiência ímpar.
“Cruzeiro é bom, porque a gente entra no navio e esquece de tudo.
Abre a mala e põe na cabine e esquece.
Tem comida e bebida na hora que quer e tem uma série de programas, cassino, jogos.
Tudo que tu podes imaginar de entretenimento, tu encontras num cruzeiro”, entusiasmado conta o empresário.
A vasta opção de pacotes contempla os vários públicos e suas exigências.
Celso indica planejamento.
“Hoje tem cruzeiros de todos os preços, para gente milionária e classe média, basta se organizar e saber comprar.
O problema é saber escolher e comprar certo.
As pessoas ficam assustadas achando que cruzeiro é caro, mas não, tem de todos os preços”.
De ônibus, de graça
Para as viagens interestaduais, idosos podem fazer valer o direito da gratuidade no transporte rodoviário.
Mediante o que rege o Estatuto do Idoso, passageiros com mais de 60 anos que possuam renda mensal de até dois salários-mínimos poderão viajar gratuitamente ou com desconto de 50% no valor da passagem.
As empresas de transporte rodoviário interestadual devem reservar dois assentos a cada viagem para atender à gratuidade.
Caso esses dois lugares já tenham sido ocupados, passa a viger a regra dos 50%.
A regra só vale para os ônibus convencionais, o benefício não é estendido aos veículos executivos, semileitos ou leitos.
Para adquirir o espaço gratuito, o idoso deve requerer a passagem junto à empresa até 3 horas antes da viagem.
Passado o prazo e se nenhum idoso tiver requerido o direito, os lugares reservados podem ser comercializados normalmente.
O idoso deverá apresentar documento de identidade e outro que comprove a renda, podendo ser:
Carteira de Trabalho;
Comprovante de contribuição do INSS ou de regime próprio particular ou privado.
fonte: correio braziliense