Alcoolismo e o tabagismo na terceira idade.
O Avôvó abre aspas para falar da utilização de bebida alcoólica de maneira regular: “o alcoolismo é uma doença que o indivíduo evolui tendo como consequências a piora de suas próprias causas.
” A frase do pensador Marcos Peloso – autor quase desconhecido – demonstra com exatidão os problemas que o alcoolismo pode gerar, colocando mais fogo nos problemas e jogando areia nas qualidades.
O seu uso esporádico ou moderado não significa grande problema de saúde.
O seu uso exagerado caracteriza o alcoolismo, uma grave doença que basicamente atinge o sistema nervoso, o sistema gastrointestinal, fígado, pâncreas e o sistema cardiocirculatório.
A terceira idade frequentemente sofre com esse problema, ocorrendo de forma frequente e totalmente ligado a dependência.
Na dependência, a súbita retirada da bebida pode gerar graves distúrbios, caracterizados pelo quadro de Síndrome de Abstinência – se caracteriza por estado de delírio com agitação, confusão e alucinações.
Além da dependência o alcoolismo pode se manifestar através de sua intoxicação e de suas complicações.
Alcoolismo e o tabagismo na terceira idade.
No idoso o álcool tende a atingir maiores concentrações no sangue mesmo com doses pequenas.
Suas manifestações caracterizam por dificuldade no andar, por confusão, e por negligência consigo mesmo.
Acentua a falta de memória.
Pode haver mudança de humor, com excitação seguida de depressão e agressividade, podendo se confundir com demência.
Facilita as quedas e ferimentos, e com frequência há distúrbios como e incontinência urinária.
O alcoolismo na terceira idade fica agravado devido ao fato de ser ignorado por médicos e serviços de saúde pública que estão mais preocupados com o alcoolismo entre jovens.
A intoxicação por álcool ocorre em geral em grandes alcoólatras.
No alcoolismo crônico ocorrem repetidos episódios de intoxicação alcoólica.
O alcoolismo leva a pessoa ao isolamento social e a graves distúrbios familiares.
Alcoolismo e o tabagismo na terceira idade.
As principais características do alcoólatra são a ingestão muito rápida da bebida, o hábito de beber só e cada vez maiores quantidades, a perda de apetite, e irritabilidade nos momentos em que não bebe.
São inúmeras as consequências médicas do alcoolismo.
A demência e as neuropatias são suas principais manifestações neurológicas.
Há o desenvolvimento de doença cardíaca (insuficiência, arritmias), doenças gastrointestinais e hepáticas.
Ocorre uma tendência a aumentar gorduras no sangue, exacerba crises de gota, e aumenta a susceptibilidade a infecções.
Leva à impotência sexual. Inúmeras deficiências vitamínicas são consequentes ao alcoolismo (ácido fólico, tiamina, etc).
Os cânceres da boca, da faringe e do esôfago estão relacionados ao alcoolismo.
O álcool acentua ainda os efeitos sedativos dos tranquilizantes, de analgésicos e de antialérgicos.
Alcoolismo e o tabagismo na terceira idade.
Talvez as principais consequências do alcoolismo para o idoso sejam os acidentes causados por comportamento indevido, como quedas e principalmente acidentes de trânsito.
O problema das quedas tem relevância na terceira idade.
O alcoolismo é muito frequente entre aqueles que praticam o suicídio e nas situações de intoxicações por drogas.
O alcoolismo com todas suas consequências e complicações é frequente causa de morte na terceira idade, situando-se entre doenças cardíacas, derrames cerebrais e câncer.
Na base do alcoolismo está o componente hereditário que predispõe à doença.
Mas o peso de distúrbios psicológicos é sem dúvida fundamental para o desenvolvimento da doença.
São as frustrações, os medos, as ansiedades que levam ao uso do álcool como tranquilizante.
Na terceira idade o medo da morte, a solidão, a ansiedade gerada pela sensação de dependência, a tristeza pelas perdas, a falta de adaptação à aposentadoria, as frustrações de mais variadas causas assumem grande importância sendo fatores que devem ser encarados com muito respeito e compreensão.
O tratamento não se limita à correção dos vários distúrbios orgânicos que acompanham o alcoolismo.
A abordagem psicológica e a terapia ocupacional são armas eficientes no seu tratamento que deve sempre contar com a ativa participação dos familiares.
O fumo está relacionado diretamente com o aceleramento do processo de arteriosclerose.
É o responsável direto pelas principais doenças pulmonares (bronquites e enfisema) e também desencadeia inúmeras doenças cardíacas (arritmia, hipertensão arterial e infarto do miocárdio).
Vários tipos de câncer estão relacionados ao tabagismo: pulmão, boca, rins, pâncreas e esôfago.
Inúmeros distúrbios metabólicos se agravam com o uso contínuo de fumo, como por exemplo, os distúrbios do colesterol, além de alterar o metabolismo de vitaminas e do oxigênio no organismo.
Nunca é tarde para abandonar velhos hábitos e reescrever a linha do próprio tempo.
Existe atualmente uma clara tendência para a diminuição do uso do fumo no mundo ocidental.
Dr. João Roberto D. Azevedo
fonte: boa saúde