Varíola do macaco é crescente no Brasil e preocupa.
Quarto país do mundo em número de casos confirmados de varíola do macaco (monkeypox), o Brasil continua sendo visto pela OMS (Organização Mundial da Saúde) com preocupação.
“Dos países que têm tendência de preocupação, o Brasil é um deles.
É importante que todas as intervenções de saúde disponíveis sejam executadas e que os indivíduos recebam as informações para se proteger”, afirmou em entrevista coletiva a líder técnica para o enfrentamento da doença na OMS, Rosamund Lewis, nesta quarta-feira (17).
Há três semanas, a organização já havia manifestado a mesma preocupação.
Na ocasião, havia aqui cerca de 800 casos da doença.
O Brasil é o quarto país do mundo em número de infectados e representa 8,2% de todos os casos relatados globalmente: 3.184, de 34,7 mil. À frente, estão: Alemanha (3.213), Espanha (5.938) e Estados Unidos (12.689).
Entre os países com mais de mil casos de varíola do macaco – entram também França, Reino Unido e Canadá –, o Brasil é o único em que ainda não há vacina disponível.
Todos os demais já iniciaram a imunização de grupos de risco, especialmente homens que fazem sexo com homens.
O Ministério da Saúde espera receber 50 mil imunizantes, comprados por meio da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) em setembro e novembro.
O quantitativo pequeno, porém, será usado somente para pessoas que tiveram contato com casos confirmados (profilaxia pós-exposição) e para profissionais da linha de frente e de laboratórios.
Rosamund também afirmou que já estão sendo observados casos fora do grupo de homens que fazem sexo com homens.
“Estamos vendo casos esporádicos em homens que não são gays ou bissexuais, que se dizem heterossexuais.
Também vemos a doença aparecer em mulheres que têm um maior número de parceiros sexuais e, às vezes, em crianças e adolescentes entre 15 e 17 que estão iniciando atividades sexuais.”
Há casos de crianças menores infectadas pelo vírus monkeypox.
Estes são, possivelmente, por transmissão no ambiente doméstico.
“Qualquer pessoa que esteja em contato próximo com uma pessoa com monkeypox pode ser exposta, seja no ambiente domiciliar ou no ambiente de trabalho”, acrescentou a especialista.
O contato sexual é relatado como uma das formas pela qual a doença vem se disseminando mais rapidamente, mas não é o único meio de infecção.
A varíola do macaco se transmite por qualquer contato de pele ou de mucosa com uma pessoa que tenha lesões.
É possível pegar por abraços e beijos, por exemplo.
Fonte: O Sul
Varíola do macaco é crescente no Brasil e preocupa.
No Brasil, mais de 50% dos infectados pela varíola dos macacos afirmam manter relação sexual com homens
Os dados mais atualizados sobre a varíola dos macacos no Brasil, também chamada de monkeypox, revelam que mais da metade dos infectados (50,7%) afirmam ter relações sexuais com homens.
E 42,6% preferiram não informar sobre o comportamento sexual.
Do total de 2.833 casos confirmados, 1.124 declaram ter esse comportamento sexual, 75 afirmaram manter relações com mulheres e 74 com homens e mulheres. Outros 946 não informaram.
Os homens representam 95% dos casos em território nacional e a maior parte (93,87%) tem entre 18 e 49 anos. Sobre a orientação sexual, 18,5% afirmaram serem homossexuais e 75,6% não informaram.
Em todo o mundo, os dados da Organização Mundial da Saúde apontam que 97,2% dos infectados são homens que fazem sexo com homens.
Apesar dos dados, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirma que não se deve cometer os mesmos erros do passado relativos à discriminação.
“Essas referências feitas a homens que fazem sexo com outros homens é uma constatação tão somente epidemiológica.
Já sabemos o que aconteceu na década de 1980 com HIV/Aids.
Não é para discriminar as pessoas e, sim, para protegê-las”, disse o ministro em entrevista coletiva na sede do Ministério da Saúde nesta semana.
Em entrevista ao Portal Brasil 61, a Drª Natalia Pasternak, bióloga e pesquisadora da Universidade de Columbia, presidente do Instituto Questão de Ciência, autora e comunicadora científica, afirmou que não há grupo de risco específico para a varíola dos macacos.
“Ela é uma doença contagiosa que passa de pessoa para pessoa, por contato íntimo prolongado.
Então, contato de pele: se você abraça, beija, tem contato sexual, qualquer tipo de contato íntimo e prolongado, demorado – não é uma coisa rapidinha -, você pode pegar a varíola símia”, disse.
Mesmo com a prevalência da doença entre homens, a Drª Pasternak destaca que qualquer pessoa pode ser infectada pelo vírus.
“Qualquer um pode pegar. Essa doença tem sido prevalente, nesse último surto, em homens que fazem sexo com homens, por causa da presença das lesões na região genital e anal.
Só por isso que temos feito um alerta mais específico para que as pessoas prestem atenção. Se você é um homem, que faz sexo com homem, tem ou teve múltiplos parceiros, parceiros anônimos, nos últimos 15 dias, então você deve redobrar a sua atenção para os sintomas dessa doença, para a presença de lesões”, conclui.
Fonte: Bem Oeste
17/08/2022