Sexualidade na terceira idade – A realidade.
A explicação, de acordo com estudo americano, pode estar no aumento da dificuldade em obter prazer sexual.
Namorar é para sempre.
Essa máxima é a regra de ouro para a terceira idade brasileira que não têm vergonha de afirmar que sexo pode ser tão natural quanto na juventude.
Com maior expectativa de vida, os idosos estão cada vez mais cientes disso.
Incentivados ou não por ajudas medicinais, como no caso do Viagra para os homens e reposição hormonal para as mulheres, o certo é que nunca é tarde para amar entre lençóis.
No entanto, a sociedade continua entendendo sexo na terceira idade como um tabu.
Por isso, como tentativa de abertura de pensamento, estamos divulgando uma das mais recentes pesquisas sobre o assunto.
Alem disso, no final da matéria está disponível a entrevista com o doutor Leonardo Luiz, psicólogo.
Um novo estudo mostrou que homens idosos que fazem sexo uma vez por semana correm um risco duas vezes maior de sofrer de eventos cardiovasculares do que aqueles que não fazem sexo.
Fazer sexo frequentemente faz bem à saúde?
Depende.
Sexualidade na terceira idade – A realidade.
De acordo com um estudo publicado nesta terça-feira no periódico científico Journal of Health and Social Behavior, a prática sexual rotineira pode trazer benefícios para as mulheres da terceira idade, mas, ela está relacionada ao aumento do risco de problemas cardiovasculares entre os homens da mesma faixa etária.
“Essas descobertas desafiam a suposição generalizada de que o sexo traz benefícios para a saúde uniformes para todos”, disse Hui Liu, professora de Sociologia na Universidade Estadual de Michigan, nos EUA, e coautora do estudo.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram dados de 2.204 pessoas participantes de uma pesquisa nacional realizada nos Estados Unidos, com idade entre 57 e 85 anos no início do estudo em 2005.
Cinco anos depois os voluntários foram avaliados novamente para fatores de risco, como hipertensão, aumento da frequência cardíaca, elevação dos níveis da proteína C-reativa – e problemas de saúde, como infarto, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral – cardiovasculares.
Os resultados mostraram que homens idosos que praticavam sexo ao menos uma vez por semana corriam risco duas vezes maior de sofrer de problemas cardiovasculares do que aqueles sexualmente inativos.
Nos homens que consideravam o sexo com suas parceiras extremamente prazeroso e satisfatório, esse risco era ainda maior.
Sexualidade na terceira idade – A realidade.
Para as mulheres, por outro lado, o cenário foi oposto.
As participantes que achavam o sexo extremamente prazeroso e satisfatório apresentaram menos riscos de desenvolver hipertensão, em relação àquelas que não praticavam sexo com frequência.
Para os autores, uma possível explicação para o aumento do risco entre os homens é o aumento da dificuldade para se obter prazer sexual, o que exigiria mais do organismo desses participantes.
“Como homens de idade têm mais dificuldades para alcançar o orgasmo do que os jovens, eles devem exercer um grau maior de exaustão e criar mais estresse ao sistema cardiovascular para alcançar o clímax”, explica Hui.
Os níveis de testosterona e o uso de medicações para melhorar as funções sexuais também podem exercer um papel nessa tendência.
“Apesar de as evidências científicas ainda serem escassas, é provável que as medicações sexuais ou suplementos tenham efeitos negativos sobre a saúde cardiovascular dos idosos”, disse a autora.
Já no caso das mulheres, a explicação pode estar em estudos anteriores que sugeriram que relacionamentos fortes e profundos são uma importante fonte de apoio emocional e social, o que pode reduzir o stress e promover o bem-estar psicológico, que se traduz em melhor saúde cardiovascular.
Casos de DST dobram entre idosos nos últimos 10 anos
No Brasil, os casos de aids em idosos também dobraram entre 2000 e 2010
Entre as doenças sexualmente transmissíveis mais comuns entre idosos estão sífilis, clamídia e gonorreia; os novos casos de aids nesse grupo dobraram na última década.
O número de casos de doenças sexualmente transmissíveis (DST) entre pessoas acima dos 50 anos dobrou na última década.
O dado alarmante acaba de ser publicado em um editorial do periódico médico Student BMJ. Entre as doenças que despontam na lista de transmissões citadas pelo estudo estão sífilis, clamídia e gonorreia.
No editorial do Student BMJ, os médicos Rachel von Sinson, do King’s College London, e Ranjababu Kulasegaram, do St Thomas’ Hospital London, citam uma pesquisa que mostra que 80% dos adultos entre 50 e 90 anos são sexualmente ativos.
Estatísticas mostram um aumento nos casos de sífilis, clamídia e gonorreia na Inglaterra, Estados Unidos e Canadá nas pessoas entre 45 e 64 anos.
Sexualidade na terceira idade – A realidade.
Existem ainda poucas pesquisas sobre as razões por trás do aumento no número dessas doenças.
Uma das hipóteses é a de que ela se deva às mudanças físicas – mulheres na menopausa são mais vulneráveis a uma DST.
Além disso, alguns dados mostram que os homens que usam drogas contra a disfunção erétil têm mais chances de serem diagnosticados com uma DST no primeiro ano de uso do remédio.
De acordo com os autores, de posse desses dados, os médicos deveriam encorajar discussões sobre sexo seguro, independentemente da idade do paciente.
“O profissional não deve deixar de investigar infecções sexualmente transmissíveis em idosos.”
Brasil
No Brasil, o Ministério da Saúde não tem dados sobre o índice de transmissões das DSTs, porque a notificação não é obrigatória.
A única doença a ter registro é a aids.
Segundo dados do Boletim Epidemiológico Aids e DST/2011, feito pelo Ministério, o número de novos casos entre pessoas acima de 50 anos passou de 2.707, em 2000, para 5.521, em 2010 – um aumento de 103%.
De acordo com Jean Gorinshteyn, infectologista responsável pelo Ambulatório do Idoso do Hospital Emílio Ribas, esse aumento no número de casos pode estar sendo causado pela combinação de drogas para disfunção erétil e falta de costume do uso da camisinha.
“Essas pessoas não estão acostumadas a usar camisinha, e quando a usavam era para evitar uma concepção indesejada, não uma DST”, diz.
Entre os idosos, os homens são as principais vítimas: no ambulatório coordenado por Gorinshteyn, 75% dos infectados são do sexo masculino.
Sexualidade na terceira idade – A realidade.
Dos cerca de 120 pacientes (entre homens e mulheres) atendidos no local, 90% têm entre 60 e 65 anos, 80% são heterossexuais e 78% são casados.
“A mulher normalmente tem uma baixa na libido com a menopausa. Já o homem, com a existência de drogas contra a disfunção erétil, acaba, muitas vezes, prolongando sua vida sexual”, diz o especialista.
fonte: revista Veja
O AVôVó conversou com o Professor Dr. Leonardo Luiz, que estava fora do Brasil em viagem de negócios, psicólogo renomado, Mestre e Doutor em Psicologia Clínica pela PUC/SP.
Ele abordou o tema sexualidade na terceira idade e nos surpreendeu com a conversa e nesta reflexão chegou-se a uma conclusão interessante, simplista, mas com uma profunda análise sobre o tema.
A conversa foi via celular e o vídeo enviado via whatsApp, o que prejudica um pouco a imagem, mas o som está perfeito.
Em breve ele estará presente em nosso escritório para conversar sobre as variáveis desta temática.