Sexo depois da menopausa – Manter o desejo e ter prazer.
Mudanças como menor lubrificação vaginal não significam o fim dos orgasmos.
Antes de mais nada, vale deixar claro que “a menopausa cessa a capacidade reprodutiva do corpo da mulher, mas não termina com a capacidade de ter orgasmo e prazer sexual”.
Quem diz isso é a sexóloga Izabel Eilert, que complementa ainda com outra verdade: “saber manter e cuidar de sua vida sexual é um direito da mulher por toda a vida”.
Dito isso, soa estranho que a menopausa seja tão diretamente associada ao fim do desejo sexual.
Acreditar nesse mito pode ser resultado daquele conjunto de mudanças que surgem durante o período:
– Ocorrem modificações que refletem diretamente na vida íntima, como por exemplo a mudança na lubrificação vaginal, o ressecamento da pele, certo aumento de peso.
Todos esses aspectos podem aparecer na menopausa afetando diretamente a vida sexual da mulher, mas não significam o fim do prazer erótico, dos orgasmos, do prazer sexual – explica Izabel.
Sexo depois da menopausa – Manter o desejo e ter prazer
No Brasil, a média de idade para da entrada na menopausa é 51 anos – uma fase da vida que, de acordo com a ginecologista e sexóloga Jaqueline Brendler, pode influenciar diretamente na disponibilidade para a vida sexual.
Muitas mulheres, por exemplo, já têm estabilidade profissional e filhos que estão, no mínimo, na adolescência.
Se forem casadas, só esse fato já pode ser suficiente para que o casal esteja há algum tempo dando mais atenção à vida conjugal e à própria sexualidade.
– A vida sexual prévia à menopausa irá influenciar a continuidade da sexualidade nessa fase.
Se antes da menopausa a mulher tinha boa libido, ficava excitada e tinha orgasmo com facilidade, além de uma boa parceria sexual, a qualidade da vida sexual continuará sendo boa.
E, se você é daquelas que passa pelo período contabilizando uma dose mais do que desagradável de calorões diários, somados à secura da pele e outras alterações, vale procurar um médico.
Jaqueline explica que uma das maneiras com que a queda hormonal interfere na vida sexual é através de alterações na saúde vaginal:
Se antes da menopausa a mulher tinha boa libido, ficava excitada e tinha orgasmo com facilidade, a qualidade da vida sexual continuará sendo boa.
– Mais especificamente na elasticidade vaginal, o que pode causar dor e disfunção da excitação sexual.
O ideal é corrigir o trofismo vaginal o mais rápido possível, pois a memória de dor não pode ser apagada com medicamentos, somente por meio de terapias como a que a sexologia oferece.
O importante nesta fase é não descuidar de sua saúde e manter as visitas ao seu ginecologista em dia – é ele quem diz se há necessidade de uma reposição hormonal, por exemplo.
As sexólogas também lembram da importância de cuidar do seu próprio bem-estar: pratique exercícios físicos e invista na hidratação.
Além disso, as profissionais trazem dicas para que o sexo na menopausa siga sendo um momento maravilhoso.
Autoconhecimento é a chave
Izabel explica que, como em todas as fases do desenvolvimento da sexualidade feminina, é importante que a mulher conheça o funcionamento do seu corpo.
– Ela precisa reconhecer como está a sua pele, o seu genital, seus pontos eróticos, compartilhar com o parceiro ou a parceira onde estão os seus pontos eróticos, seus locais de maior prazer durante o sexo.
Tudo isso ajuda muito a lidar com o corpo na fase da maturidade- sinaliza.
Sexo depois da menopausa – Manter o desejo e ter prazer
Permita-se tentar
Quando é você quem toma a iniciativa, você já está a fim.
Para Jaqueline, também é importante se permitir entrar no jogo de sedução quando é o outro quem chega.
Sempre lembrando que, se depois de um tempo você não ficar excitada ou tiver vontade, é saudável desistir da transa.
– Uma grande inimiga do desejo sexual é, na maioria das vezes, fazer sexo para agradar o outro.
Isso irá diminuir mais o apetite sexual que já estava baixo – afirma a ginecologista.
Sexo depois da menopausa – Manter o desejo e ter prazer
Mantenha o clima erótico
Para as sexólogas, vale investir alguns minutos do dia para relembrar as práticas eróticas, prestar atenção nas suas fantasias e ativar esse lado mais quente.
Uma dica, por exemplo, é apostar no sexting – o sexo feito pela troca de mensagens.
– Ajuda a manter a libido em alta.
Depois, na hora da interação sexual, também é importante se envolver com o clima erótico: esteja conectada aos toques, às sensações, às expressões do prazer – sugere Jaqueline.
A ginecologista lembra que você é apenas metade do casal, por isso vale investir em novidades que lhe agradem também e não pensar apenas no outro.
Outra dica para não deixar a chama morrer é, exatamente, manter a chama acesa:
– Tentar manter uma frequência de sexo, pensar em sexo com alguma frequência, assistir ou ler conteúdos eróticos e lançar mão de acessórios também são práticas saudáveis nessa etapa da vida – diz Izabel.
E para as que não têm uma parceria sexual, a masturbação é importante para manter a libido.
Outra vantagem, de acordo com Jaqueline, tem a ver com a sua saúde: o ato ajuda a levar sangue com nutrientes ao genital, o que garante a boa saúde vaginal.
Foque no lado bom
Começamos esta matéria lembrando que a menopausa cessa a capacidade reprodutiva do corpo da mulher.
Ou seja: você não precisa se preocupar com anticoncepção.
Essa nova fase pode vir acompanhada de mais leveza e menos ansiedade quando o assunto é sexo.
– Existem inúmeras vantagens desta fase, como por exemplo a possibilidade de sexo sem gestação, a segurança de já conhecer muito mais o seu corpo, a segurança psíquica.
fonte: gaucha zh