Saúde mental – Praticando a sua habilidade interior.
O corpo físico envelhece, mas a mente tem a idade que você o quiser dar.
Inicialmente, a saúde era considerada como a ausência de doenças, isto é, a pessoa era considerada saudável caso não apresentasse nenhuma doença orgânica.
O que favorecia a prevalência do discurso médico sendo que as pessoas que apresentavam alguma disfunção ou desequilíbrio mental não recebiam o acolhimento e/ou tratamento humanizado e competente a sua condição.
Com o passar dos tempos e a ampliação de pesquisas acerca do desenvolvimento humano, a Organização Mundial de Saúde definiu saúde como o completo bem-estar biopsicossocial dos indivíduos.
O termo biopsicossocial se encarrega de indicar a articulação necessária para se desenvolver de forma saudável, o que engloba cuidados não apenas com o corpo físico, mas também cuidados específicos à saúde mental e às construções sociais.
A saúde mental diz muito sobre a habilidade interior que o sujeito tem para se recuperar de acontecimentos corriqueiros sem prejuízo emocional.
Saúde mental – Praticando a sua habilidade interior
Isto é, a capacidade do sujeito de receber o impacto dos eventos e reagir de forma a superar sem que haja interferência no seu estado de humor ou mesmo desencadear algum transtorno a depender do trauma.
Dessa forma, é essencial o cuidado com a saúde mental.
Cabe ressaltar aqui que esse cuidado independe da fase da vida, em qualquer etapa do ciclo de vida é fundamental cuidar da saúde mental, assim como os cuidados dispensados ao corpo físico.
Isto porque cada fase apresenta suas dificuldades e facilidades particulares, onde a forma do sujeito encarar e/ou enfrentar essas vivências será refletida na vida concreta dele.
O ciclo vital por sua vez é um processo inerente ao desenvolvimento de todo ser vivo, isto é, um conjunto de fases em que ocorre o desenvolvimento de diferentes concepções, bem como crises e conflitos competentes a cada período.
A transição de cada etapa se configura conflituosa em muitas ocasiões, o que pode favorecer o surgimento de traumas, os quais podem desencadear processos mentais perturbadores.
É por isso que cada fase apresenta suas dificuldades e concomitantemente o desenvolvimento de potencialidades que influencia no movimento e busca pela superação diante de cada experiência vivenciada.
Durante o processo de envelhecimento é comum ocorrer um balaço sobre essas experiências e respectivos aprendizados oriundos da construção da história de vida do sujeito.
Saúde mental – Praticando a sua habilidade interior
Essa construção da história de vida é singular a cada sujeito, é por isso que cada pessoa envelhece de forma diferente, e apresenta também necessidades diferenciadas.
O processo de envelhecimento é algo natural, e deve ser encarado de forma natural, todavia nem todos estão preparados para enfrentar esse processo, ou seja, essa transição pode ser conflituosa e dolorosa a depender de cada pessoa.
A forma como cada um enfrenta o processo de envelhecimento depende de vários fatores: como foram vivenciadas as etapas anteriores, de que forma lhe foi ensinado sobre o envelhecimento, as concepções pessoais dessa fase, crenças – sejam elas religiosas ou de cunho sociais -, etc.
Sendo assim, o envelhecimento traz diferentes contextos e apresenta novas possibilidades que facilitam o desencadeamento de transtornos de ansiedade, depressão, angústia e/ou medo excessivo, entre outros advindos das situações de perdas já vivenciadas.
Ao se considerar a trajetória, a pessoa idosa já vivenciou mais situações de perdas no decorrer da sua história de vida: a perda do companheiro, de familiares, amigos, perda da oportunidade de emprego, limitações físicas, entre outas tantas.
Diante dessa realidade é de suma importância os cuidados dispensados à saúde mental, não que as outras fases não sejam importantes, mas a velhice requer esse cuidado especial.
É importante ressaltar que não quer dizer que toda pessoa idosa vai apresentar quadros depressivos em decorrência das perdas vivenciadas.
Aspectos como esses são singulares a cada sujeito, vai depender especificamente da habilidade emocional de cada um para encarar os novos eventos que se apresentam.
O entendimento que cada um tem sobre si mesmo favorece para a aceitação ou não da sua condição, dessa forma, a pessoa idosa precisa ter consciência de que está vivenciando o processo de envelhecimento.
A não aceitação do envelhecimento como um processo natural e inerente ao desenvolvimento humano causa grande impacto na saúde mental, uma vez que podem ser desencadeados processos mentais negativos, tais como a anulação da sua história de vida, isto é, de si mesmo.
Face ao exposto, é importante salientar que o apoio familiar tem grande relevância nesse processo de envelhecimento, o posicionamento do grupo familiar bem como o papel que o idoso assume na dinâmica familiar deve ser concernente à sua atividade e não associar a velhice à inutilidade.
Os componentes do grupo familiar devem ter esse entendimento e essa clareza.
O cultivo de relações interpessoais satisfatórias e prazerosas influencia também na saúde mental do sujeito, neste ponto é bom chamar a atenção para situações nas quais o idoso se torna refém de algumas relações abusivas, em decorrência do medo de ficar só ou da falsa ilusão de cuidados oferecidos por esse outro.
A dependência emocional é um grande fator que impede a libertação de relações abusivas, principalmente na fase da velhice onde o idoso está mais vulnerável.
Para tanto, para que o enfrentamento do processo de velhice seja satisfatório é necessário: paciência, aceitação e reconhecimento.
Alguns aspectos são inerentes ao processo de envelhecimento e não podem ser cessados, apenas retardados.
O corpo físico envelhece, mas a mente tem a idade que você o quiser dar.
fonte: psicologia acessível
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