Rouquidão e o pigarro na terceira idade.
Juntos com a dor de garganta, isto pode ser um sinal de que algo não está bem.
Refluxo gastroesofágico pode afetar também a laringe e a faringe.
Se você tem com frequência pigarro, tosse crônica, rouquidão e dor de garganta, atenção!
O culpado por isso pode ser o refluxo, um retorno do conteúdo ácido do estômago para o esôfago, que pode também atingir a laringe e a faringe.
Todos nós apresentamos, normalmente, vários episódios de refluxo ao longo do dia, principalmente após as refeições.
Porém, quando o refluxo se torna excessivo, causando sintomas ou lesões, denomina-se doença do refluxo gastro-esofágico (DRGE).
O quadro clássico costuma se manifestar com dores no estômago, má digestão e queimação na altura do esôfago.
O sintoma mais comum é a azia (pirose), que ocorre por causa da acidez elevada do suco gástrico refluído.
O ácido atinge regiões não preparadas para esse contato, provocando inflamação crônica.
Estudos realizados nos últimos dez anos mostram a incidência da forma atípica de manifestação da doença, chamada de refluxo laringofaríngeo, problema que está chamando a atenção dos especialistas.
Quando ultrapassa o esôfago e sobe até a garganta, pode ferir as cordas vocais e a faringe, afetando assim a saúde vocal e prejudicando principalmente os profissionais da voz, como professores, cantores, locutores.
Rouquidão e o pigarro na terceira idade
O refluxo também traz outras conseqüências, tais como a halitose (mau hálito), rinites e sinusites crônicas, e problemas dentários (cáries, gengivites e aftas).
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Por causa da ausência dos sintomas clássicos, demorou-se muito tempo para que os médicos conseguissem identificar quem eram esses doentes e quais manifestações apresentavam.
“São sintomas que nada tem a ver com o refluxo clássico, mas sim com o fato de o ácido ter subido na garganta e queimar aquela região”, afirma a Profª Assistente do Departamento de Otorrinolaringologia da Santa Casa de São Paulo, Cláudia Eckley.
A garganta fica vermelha, inchada e isso causa, na região de transição entre o esôfago e a faringe, “uma sensação de pigarro ou algo parado na garganta”.
Para o refluxo laringofaríngeo, as manifestações mais comuns são tosse seca, pigarro e rouquidão, principalmente pela manhã, ou após as refeições.
Hoje já existe tratamento para o refluxo, que é feito com medicamentos e dieta.
A alimentação deve ser fracionada (menores quantidades em intervalos menores entre cada refeição) e balanceada, evitando-se alimentos ácidos, frituras, gorduras, refrigerantes e molho de tomate.
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Os otorrinolaringologistas condenam o uso de pastilhas, balas e gengibre, que provocam uma falsa sensação de alívio e apenas “disfarçam” o problema.
Se não for tratado, o refluxo na laringe e faringe, associado principalmente à bebida, drogas ou cigarro podem causar irritações graves na garganta, levando ao aparecimento de feridas nas cordas vocais e podendo até transformar-se em um câncer.
fonte: Associação Brasileira de Otorrinolaringologia