Púrpura senil em idosos – Causas e tratamento.
O que é púrpura senil?
Púrpura é uma condição em que há extravasamento de sangue para a pele ou mucosas, ocasionando manchas arroxeadas indolores, de tamanhos variáveis.
Se essas manchas forem muito pequenas e em grande número são chamadas petéquias e quando maiores são ditas equimoses.
Existem púrpuras ditas trombocitopênicas, em que há diminuição das plaquetas – também chamadas de trombócitos – (células sanguíneas que iniciam o processo de coagulação do sangue, fechando as pequenas hemorragias) e púrpuras não-trombocitopênicas, em que não há diminuição das plaquetas.
Há uma modalidade de púrpura, chamada púrpura trombocitopênica idiopática.
O termo púrpura é relacionado às principais manifestações da enfermidade (manchas cutâneas de cor púrpura, arroxeadas); trombocitopênica, faz referência à queda do número de plaquetas e à dificuldade de coagulação do sangue e idiopática refere-se ao fato de que a causa da doença ainda não tenha sido identificada.
Quais são as causas da púrpura senil?
A púrpura tanto pode ser causada pela ruptura de capilares (pequeníssimos vasos do sistema circulatório), chamada genericamente de “fragilidade capilar” ou por um distúrbio das plaquetas.
A ruptura dos capilares ocorre nas formas simples de púrpura, geralmente ocasionada por traumatismo na pele ou nas mucosas.
Os motivos dessa fragilidade compreendem causas alérgicas, hormonais e genéticas, assim como deficiência de vitamina C e envelhecimento (púrpura senil).
Em alguns casos não é possível determinar uma causa específica.
O distúrbio das plaquetas tanto pode ser quantitativo (diminuição do número normal de plaquetas) como qualitativo (modificações na estrutura delas).
Se constatada uma diminuição das plaquetas, cabe ao médico tentar determinar a causa disso ou a impossibilidade de determiná-la.
O número das plaquetas pode diminuir em virtude de doenças da medula óssea ou se o tecido formador de plaquetas tiver sido destruído por quimioterapia ou radioterapia ou, ainda, se elas se tornarem vítimas de destruição acelerada.
Os defeitos de função, por seu turno, podem ter causas adquiridas, como a insuficiência renal crônica ou certos medicamentos.
A púrpura trombocitopênica idiopática é uma enfermidade autoimune rara (1/10.000), que incide mais nas mulheres em que nos homens e que se caracteriza clinicamente pelo extravasamento espontâneo de sangue para fora dos vasos sanguíneos, devido à diminuição do número de plaquetas ou a defeitos estruturais delas.
As crianças podem apresentar uma forma aguda da doença, em geral decorrente de um quadro infeccioso viral.
Quais são os principais sinais e sintomas da púrpura senil?
Os sintomas mais notórios da púrpura comum são manchas arroxeadas na pele e mucosas, de aparecimento pós-traumático ou espontâneo.
Nas pernas e coxas de mulheres e crianças essas manchas podem aparecer mesmo sem traumatismos ou com traumatismos de mínima intensidade.
Com o passar do tempo, essas manchas vão mudando suas tonalidades e passam do roxo ao marrom e ao amarelado, até desaparecerem.
A púrpura trombocitopênica idiopática pode permanecer assintomática por certo tempo se a queda de plaquetas não as leva abaixo de 50.000/ml.
Porém, abaixo disso, além das manchas roxas na pele e/ou mucosas também podem ocorrer epistaxe (sangramento pelo nariz), sangramento nas gengivas ou gastrointestinais e no trato urinário, bem como dores nas pernas e articulações, junto com hemorragias ou coagulação mais lenta do sangue.
Mais raramente, ocorrem edemas e dores nas pernas e hemorragias menstruais.
Na púrpura trombocitopênica idiopática pode ocorrer aumento do baço (esplenomegalia), mas é muito raro que isso aconteça.
Como o médico diagnostica a púrpura senil ?
Uma história clínica bem-feita revelará se o extravasamento sanguíneo é único ou se existem outros e investigará os dois fatores causais principais da púrpura: o próprio capilar ou o distúrbio da hemostasia (capacidade do organismo estancar sangramento) devido a um defeito ou baixo número de plaquetas, que pode ser detectado por meio de um simples exame de sangue ou através de testes que estudem a função dessas células.
É importante fazer-se um cuidadoso diagnóstico diferencial porque outras enfermidades como AIDS, lúpus, leucemias e certas infecções virais também podem ocasionar queda no número de plaquetas.
Como o médico trata a púrpura senil?
O tratamento da púrpura dependerá da sua causa.
Sintomaticamente, podem ser usados alguns cremes ou pomadas com o objetivo de facilitar a reabsorção do sangue extravasado.
As púrpuras simples, traumáticas, tendem a desaparecer espontaneamente.
A púrpura trombocitopênica idiopática é de tratamento mais complicado.
Costuma-se usar corticoides para diminuir a destruição das plaquetas.
A imunoglobulina em altas doses poder ser usada por via venosa, como meio de conter sangramentos agudos.
Nos casos mais severos pode ser aconselhável a remoção cirúrgica do baço, órgão que fabrica anticorpos que causam a destruição das plaquetas.
As transfusões de plaquetas só são indicadas em caso de risco iminente de morte, uma vez que elas serão destruídas muito rapidamente.
Como prevenir a púrpura?
A púrpura não é uma manifestação de doença grave, apesar dos transtornos estéticos que possa acarretar.
A pessoa com púrpura trombocitopênica idiopática deve evitar atividades em que possa haver traumas ou impactos.
Como evolui a púrpura?
A púrpura simples quase sempre evolui para uma remissão completa, independentemente de tratamento.
A púrpura trombocitopênica idiopática, tratada apropriadamente, em geral também tem bom prognóstico.