Por que ocorre a descalcificação óssea nos idosos?
Definição de descalcificação dos ossos
A descalcificação dos ossos é a perda de cálcio contido nos ossos.
Como o cálcio é um dos elementos que garante o endurecimento da matriz óssea, a descalcificação pode ocorrer em um ponto específico ou afetar o conjunto do sistema esquelético.
Os sintomas são essencialmente dores nos ossos afetados.
Os ossos ainda fragilizados ficam mais expostos a fraturas, que em estágios avançados da doença podem ocorrer mesmo devido a traumas menores.
A principal causa de descalcificação dos ossos é alimentação pobre em cálcio e falta de vitamina D (necessária para a fixação do cálcio nos ossos), fatores comuns em idosos.
Outras doenças como a osteoporose, osteomalacia ou tumores ósseos podem ser responsáveis pelas descalcificações.
Ossos no envelhecimento
Os ossos são importantes para sustentação dos músculos, permitindo movimentos, proteção de órgãos vitais, como a caixa torácica faz, armazenamento de íons de cálcio, por exemplo, e alojam a medula óssea, formadora das células do sangue.
O tecido ósseo é um tecido conjuntivo especializado e mineralizado.
Os osteoblastos são células que vão depositar a matriz a óssea que irá se mineralizar devido ao cálcio e fosfato, por exemplo, e os osteoclastos são células que vão reabsorver a matriz formando cavidades nos ossos, mas esse processo é natural e normal para o crescimento e remodelação óssea.
A reabsorção e deposição da matriz são feitos de forma harmônica, de modo que não fiquem cavidades no osso, porém conforme se envelhece esse trabalho não continua em harmonia e os ossos ficam mais fragilizados, pois a reabsorção está mais ativa que a deposição gerando cavidades nos ossos que os osteoblastos não conseguirão preencher, tornado o osso frágil e mais propenso a fraturas que serão mais graves, pois o organismo está com dificuldade de sintetizar matriz óssea para a recuperação.
A descalcificação ocasiona perda da rigidez óssea e a reabsorção desse e de outros íons como o fosfato vão aumentando com o avanço da idade.
A perda de cálcio do osso pode ocorrer por deficiência dele na dieta o que faz com que esse íon saia dos ossos para regular sua situação no sangue e pode ser normalizado pelo aumento de consumo de alimentos que o contenha e pode acontecer pela falta da vitamina D, pois ela auxilia na absorção do cálcio que vem da dieta, que pode ser obtida pela alimentação ou ativada após a exposição ao sol.
Portanto, conforme se envelhece os ossos vão ficando mais frágeis e menos resistentes o que os torna mais propensos a fraturas.
Ossos saudáveis e exercício físico:
Os exercícios físicos são importantes devido ao estímulo para a manutenção e o aumento da massa óssea que a força muscular sobre os ossos constitui, portanto deve-se fazer atividades que envolvam força muscular, sendo uma prevenção da osteoporose.
O mais recomendado para os idosos é a caminhada antecedida por aquecimento e finalizada com alongamento muscular.
Um estudo onde mulheres idosas foram observadas durante alguns anos, mostrou que as que se exercitaram durante o período tiveram um aumento da massa óssea de 2,3%.
Enquanto as mulheres que permaneceram sedentárias durante esse tempo mostraram uma diminuição de 3,3%.
Os Ossos e seus Distúrbios
Nossa estrutura esquelética é formada pelos ossos, tecido caracteristicamente rígido.
O osso é formado basicamente de minerais (2/3 de sua constituição), proteínas (colágeno) e água. O crescimento ósseo se dá até os vinte anos de idade.
Durante toda a vida, entretanto, o osso mantém sua capacidade de se formar e de se reabsorver o que caracteriza a formação de correções de defeitos, como por exemplo nas fraturas, quando o próprio osso resolve o problema.
A capacidade de reabsorção ou de formação de uma “soldadura” que ocorre numa fratura, diminui na terceira idade prolongando muito o tempo necessário para a sua realização.
Esta situação pode levar a longos períodos de imobilização no leito o que é um grande inconveniente, daí a importância do tratamento cirúrgico precoce nas fraturas do idoso.
O processo de perda de cálcio – descalcificação – leva a uma diminuição da massa das vértebras ou osteoporose o que leva a uma diminuição da estatura.
Aos 70 anos a pessoa pode perder cerca de 2 cm de altura.
No idoso é comum ocorrer fratura de vértebra devido a sua maior fragilidade.
Nesta situação há fortes dores necessitando-se de imobilização.
O processo osteoporótico também pode levar a deformidades da coluna.
A osteoporose é a principal doença da coluna na terceira idade, manifestando-se através de dores que recebem várias denominações: lumbago, lombalgia etc.
É uma das principais causas de incapacitação total ao trabalho acima dos 60 anos.
A doença da coluna pode estar associada a distúrbios medulares e/ou dos nervos, destacando-se o seu estreitamento que é denominado espondilose.
As principais doenças ósseas que atingem a terceira idade são a osteoporose, a doença de Paget e os tumores.
O tumor ósseo mais comum na terceira idade é a metástase.
As fraturas ocupam um espaço especial na terceira idade e a osteomielite é rara.
Conheça as necessidades nutricionais do idoso
O processo de envelhecimento é caracterizado por um conjunto de alterações biológicas que ocorrem com o passar dos anos, principalmente, a nível da composição corporal (aumento do tecido adiposo e diminuição da massa magra) e massa muscular (alteração na força e mobilidade, favorecendo a possibilidade de quedas).
Uma boa nutrição, com o fornecimento adequado de energia, proteínas, vitaminas e minerais é de extrema importância para que o idoso resista às doenças crônicas e debilitantes, mantendo a sua saúde e independência.
As pessoas com mais de 65 anos podem ser divididas em 2 grupos:
- Jovens idosos (entre os 65 e 74 anos);
- Idosos (acima dos 75 anos).
Considerando que os “jovens idosos” podem possuir cerca de 20 anos de vida ativa à sua frente, a manutenção de uma alimentação sudável constitui o objectivo principal.
Em contrapartida, os “idosos” são mais susceptíveis de desenvolverem doenças crônicas, implicando um maior apoio e acompanhamento.
De fato, este grupo é o que apresenta uma maior taxa de crescimento na sociedade, bem como necessidades nutricionais muito específicas.
Contudo, é importante não esquecer que os conselhos nutricionais devem ser baseados nas características individuais do idoso e não na sua idade cronológica.
Uma alimentação diversificada, com alimentos de diferentes fontes, oferece os nutrientes necessários para uma nutrição equilibrada, desde que ingeridos na quantidade recomendada para suprir os gastos energéticos.
O fracionamento das refeições, assim como a diminuição do seu volume contribuem para o processo de digestão, absorção e aproveitamento dos alimentos.
Recomenda-se o consumo de quatro a seis refeições diárias.
Necessidades Energéticas:
As necessidades energéticas diminuem de 20 a 25 por cento entre os 50 e os 65 anos.
Após esta idade, diminuem cinco a dez por cento em cada 10 anos.
Por este motivo, é essencial reduzir o consumo de calorias não nutritivas, como o açúcar, o álcool ou a gordura.
Contudo, os alimentos de baixo valor calórico deve ser escolhido com cuidado, pois devem conter todos os elementos essenciais nas devidas proporções.
Há uma necessidade evidente de alimentos com alto teor de proteínas, minerais e vitaminas.
Hidratos de Carbono:
Os hidratos de carbono constituem um nutriente essencial na alimentação humana, tendo como principais funções o fornecimento de energia ao organismo, servindo como único substrato energético para o sistema nervoso central e para a ativação do metabolismo.
Na dieta do idoso, 50% a 60% do valor calórico total deve provir destes nutrientes.
Importa ainda salientar a importância dos hidratos de carbono complexos (como o arroz, macarrão, pão, batata e cereais) na diminuição dos picos de hiperglicemia.
Proteínas:
As proteínas exercem funções estruturais, reguladoras, de defesa e de transporte nos fluidos biológicos.
Uma vez que os idosos apresentam uma diminuição na síntese e degradação proteicas, além de uma menor massa magra, a ingestão deste nutriente é fundamental (recomenda-se um consumo diário de 0,8 g/kg/dia).
Salienta-se a importância de não haver uma ingestão acima do recomendado, podendo sobrecarregar o sistema renal, além de interferir na absorção de cálcio, prejudicando a massa óssea.
Fibras:
Para ajudar a minimizar os problemas de obstipação, ou outras patologias intestinais, o consumo de cereais, frutas e legumes deve ser encorajado.
Contudo, a ingestão exagerada de fibras não é solução, uma vez que podem interferir com a absorção de outros nutrientes essenciais.
Para ajudar os intestinos a funcionar normalmente, é igualmente importante a ingestão de líquidos, aconselhando-se um consumo aproximado de 6 copos/ dia.
Lípidos:
Os lípidos desempenham funções energéticas, estruturais e hormonais no organismo, além de auxiliar na absorção e transporte de vitaminas lipossolúveis, sendo recomendável que a ingestão deste nutriente constitua 20% a 30% do valor calórico total.
Dada a relação das gorduras saturadas com as doenças coronárias, a sua ingestão não deve ser superior a 10%. O restante deverá ser de mono e poli-insaturados, encontrados em gorduras vegetais.
A ingestão de ácidos graxos essenciais, que incluem o ômega 6 (ácido linoleico, encontrado em nozes, castanhas, sementes e óleo de soja, girassol e milho) e ômega 3 (ácido linolênico, encontrado em óleos de canola, linhaça, salmão, arenque, sardinha e algas) deve ser de, respectivamente, 11 g/dia e 1,1 g/dia.
O consumo de colesterol não deve ser superior a 300 mg/dia.
Ferro:
É comum o aparecimento de anemia no grupo etário dos idosos, a qual resulta da junção de uma alimentação pouco saudável com uma fraca absorção de ferro, administração de certos medicamentos e diluição sanguínea.
Recomenda-se o consumo diário de carnes vermelhas e de fontes vegetais (cereais, frutos secos, legumes).
A absorção deste nutriente é maximizada com vitamina C, pelo que se deve beber um copo de sumo de fruta às refeições.
Zinco:
O zinco é necessário na manutenção do sistema imunitário saudável, bem como na cura de feridas.
Carne e mariscos são boas fontes de zinco.
Cálcio:
A ingestão adequada de cálcio vai diminuir a taxa de descalcificação óssea, que começa a partir dos 30 anos e acelera consideravelmente nos anos seguintes.
Alimentos ricos em cálcio, como lacticínios, devem ser consumidos todos os dias.
Vitamina D:
A vitamina D é necessária para o metabolismo do cálcio e a sua deficiência pode conduzir à deformação e amolecimento dos ossos.
Esta vitamina é sintetizada através do contato dos raios solares com a pele.
Uma vez que os idosos têm uma reduzida exposição à luz solar, aconselha-se a ingestão de um suplemento de vitamina D, nomeadamente durante a época de Inverno (cerca de 10 mcg por dia).
Vitamina B:
A ingestão de vitamina B pode ser muito baixa nos idosos, em especial se o apetite é fraco e a alimentação pobre em vitaminas e minerais.
Como forma de prevenção, devem-se consumir alimentos de todos os grupos alimentares.
Água:
A desidratação é o distúrbio hidroeletrolítico mais comum na população idosa, sendo importante a ingestão diária de líquidos em quantidades suficientes.
O aporte hídrico deverá assegurar uma diurese mínima de 1,5 l por dia.
Uma boa nutrição contribui para a manutenção e melhoria da saúde dos idosos, buscando a união de uma dieta equilibrada e saudável com o prazer, alegria e conforto que o alimento propicia, respeitando sempre as suas preferências e hábitos.
fontes: 4work, tuasaúde
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