O fim da diabete tipo 2 – Será mesmo?
As grandes descobertas cientificas são publicadas em revistas da área que sustentam o embasamento teórico que esse tipo de trabalho necessita.
A The Lancet – magazine cientifica reconhecida no meio – publicou na última segunda feira (04) um desses estudos que tem alcance real na vida das pessoas.
Pesquisadores da Escócia realizaram estudos envolvendo pacientes com diabete do tipo 2.
Concluíram que mesmo naqueles que conviviam com a doença havia seis anos, uma dieta controlada de baixas calorias é capaz de reverter essa disfunção.
Estudos realizados no Reino Unido comprovam que diabete do tipo 2 pode ser eliminada com dieta controlada e exercícios físicos
A perda de peso intensiva pode reverter a doença, eliminando remédios e sintomas, segundo os resultados da pesquisa.
A pesquisa utilizou um grupo de pessoas para monitorar e acompanhar a evolução do quadro clínico em relação a doença, 86%, entre aqueles que perderam mais de 15 quilos, tiveram remissão da doença.
Isso significa eliminar por completo sintomas, em apenas um ano de experimento.
O pesquisador Michael Lean da Universidade de Glasgow, principal autor, ressalta as características do estudo e afirma que a remissão é factível em pacientes com até seis anos de quadro clínico.
O segredo está na manutenção da perda de peso, variando entre os pacientes, por meio de dieta e exercícios físicos controlados a um aumento gradual.
A diabetes é uma das principais causas de enfarte, perda de visão, disfunção dos rins e dificuldades na circulação, afetando 9% da população mundial em suas formas variadas, segundo informações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Entre os brasileiros, estimasse que a doença tenha crescido 62% na última década, chegando a afetar 18 milhões de pessoas.
O tipo 2 é predominante com 90% dos casos, ocorrendo por resistência à insulina, entre outros motivos pelo excesso de peso.
Dieta é fundamental
A implementação de uma dieta rigorosa para a redução de peso não é acompanhada por aumento de exercícios físicos na primeira fase dos estudos.
Existe um crescente gradual nas atividades físicas, mas, apenas, na fase de acompanhamento de longo prazo, afirma Roy Taylor.
A base do estudo teve 298 pacientes diagnosticados com diabete, entre 20 e 65 anos de idade.
Todos não faziam uso de insulina e participaram das pesquisas na Escócia e Inglaterra por um pouco mais de dois anos.
Essas pessoas se apresentaram em caráter voluntário e, em seguida, foram separadas em dois grupos principais.
A metade seguiu as regras tradicionais para o tratamento com medicamentos.
A outra manteve-se sem medicamentos, seguindo dietas o programa para perda de peso em três fases.
A primeira fase consiste em submeter os pacientes a uma dieta severa.
Ela contém apenas entre 825 e 853 calorias diárias, durando 3 a 5 meses.
Na segunda fase, o paciente começa a ter uma alimentação mais normal, mas com apenas 1.400 calorias por dia, durante 2 a 4 semanas.
A terceira visa a manutenção da perda de peso, incluindo uma alimentação completamente habitual, atingindo um limite de 2.500 calorias por dia.
Essa etapa intercala a dieta com terapia para aumentar de forma concreta a vontade de praticar exercícios.
Pesquisa
Entre os 149 pacientes que encararam à dieta, 36 obtiveram uma redução de peso em mais de 15 quilos – o que não aconteceu entre os voluntários que seguiram o tratamento tradicional.
Neste grupo, só seis entre 149 ficaram livres da doença.
Doze meses após o início do experimento, os participantes que fizeram a dieta especial perderam 10 quilos, em média, e quase metade deles teve remissão da diabete.
A pesquisa encontrou relação entre o sucesso na remissão e a perda de peso.
O percentual de sucesso na inibição dos sintomas está ligado ao controle alimentar.
A remissão foi de 7% entre os que perderam até 5 quilos, de 34% entre os que perderam até 10 quilos, de 57% entre os que perderam até 15 quilos e de 86% entre os que perderam mais de 15 quilos.
O coautor do trabalho, Roy Taylor da Universidade de Newcastle, afirma que os resultados possibilitam que a medicina modifique a maneira de tratar a diabete tipo 2.
O sistema proporciona uma diminuição de gordura no fígado e no pâncreas.
Segundo o pesquisador, permite que eles voltem a funcionar normalmente, gerando a remissão da doença.
Ele também ressalta a possibilidade da cirurgia bariátrica para conseguir resultados semelhantes.
No entanto, por se tratar de um procedimento cirúrgico, é muito agressivo.
Além de estar disponível para um número muito exclusivo de pessoas, devido aos custos da cirurgia.
Importante
O Avôvó sabe que essa pode ser a solução para muitas pessoas que sofrem de diabetes tipo 2.
Devemos alertar que os voluntários da pesquisa serão acompanhados por mais 4 anos, certificando os benefícios da dieta rigorosa.
Além disso, a pesquisa foi realizada com britânicos de pele branca.
Por isso os resultados podem não ser validos para outros grupos étnicos que desenvolvem a diabetes com menor massa corporal.
Mudanças drásticas de alimentação e uso de remédios devem ser feitas com especialistas da área médica.