Existe apenas uma maneira de dizer não aos netos?
Falaremos sobre uma temática não exata.
O que isso significa?
Significa que não existe apenas uma maneira de abordar esse assunto, mas o certo é que ele se caracteriza como um grande obstáculo no relacionamento de avós e netos.
Às vezes pensamos que só há uma maneira de dizer “não” e muitas sofrem com a necessidade de pronunciar este simples monossílabo.
O fato está que talvez não seja necessário verbalizar.
Também podemos dizer não através da comunicação não verbal: os nossos gestos, expressões, olhares podem ser de grande ajuda, permitindo que não haja desgaste desnecessário com um “não” verbal que pode ser mais difícil.
Devemos estar seguros e fortes, mantendo um sorriso no rosto para não caracterizar esse momento como um ponto negativo.
Sabemos que a condição natural da palavra já indica que algo não vai acontecer, mas se você adicionar mal humor, voz tensa e expressão facial fechada, certamente será uma experiencia muito pior.
No entanto, há gente que abusa do “não” e acaba sendo refém dele ou inferindo na perda de significado.
Com pouca procura, certamente haverá múltiplos exemplos, como a avó que tem de proferir um não, o pai que constantemente diz “não” aos seus filhos, o amigo que sempre responde “não” às nossas sugestões, o chefe que invariavelmente diz “não” a qualquer pedido ou ideia dos seus colaboradores.
Aprender a dosar o número de vezes que falamos não é muito importante para a eficácia da palavra.
Existe apenas uma maneira de dizer não aos netos?
Outro ponto importante: todos as vezes que falamos um “não” é igual?
Aquele que dirigimos para os netos.
É um “não” que nos machuca internamente, que nos persegue sem descanso, que mina a nossa moral e arruína a nossa autoestima, pois é aquele que não queríamos proferir.
Esse “não” que ficou abafado dentro de nós, que se sentiu ferido pela nossa insegurança e mutilado pela nossa falta de esperança.
É um «não» terrível, porque não partiu dos nossos corações.
Quando não soubermos como sacar de dentro de nós esse “não” que sentimos, o melhor será olhar para o nosso interlocutor e dizer-lhe: Você já sabe que eu gostaria de te dizer que sim, por favor, não insista!
Esse método depende bastante do modo como você profere a frase.
Note como está construída esta frase.
Agora veja de outra maneira: Não insistas, por favor, já sabe que eu gostaria de te dizer que sim.
A recepção é completamente diferente e seria quase um sinônimo de que se o outro insistir, você dirá sim.
Claro, dependendo do nível de mimo ao qual o interlocutor está acostumado, sempre existe a possibilidade de insistir de qualquer maneira.
Nesses casos, a nossa resposta deve ser firme: olhando com um semblante sério, sem afastar em nenhum momento o olhar e, quando terminar a sua nova exposição, espere resposta dizendo: Não vou alterar minha decisão!
Nesse momento é importante que o chame pelo seu nome, pois dessa forma a sua mensagem ganha mais força e determinação.
Me sinto culpada(o)!
A melhor forma é sendo consciente de que o seu neto gosta de você e não será esse episódio que fará isso mudar.
Ele certamente esquecerá mais adiante e está fazendo a sua parte na educação dele.
A alegria de ver os netos crescendo com responsabilidade e podendo responder com eficácia aos muitos nãos que a vida diz é muito mais satisfatório que ceder a desejos imediatistas.
- Seria mais fácil dizer sim, mas depois ia sentir-me muito mal.
- Faço isto porque gosto de você!
- Não vou falhar, não cederei.
- Trata simplesmente de mimo excessivo.
- Sei que depois vou alegrar-me por ter sido capaz de manter o meu critério.