Envelhecer bem só depende de você.
Uma nova pesquisa mostra que o envelhecer está diretamente ligado aos hábitos de cada indivíduo, diferentemente de como pensávamos antes sobre a total influência da genética.
Envelhecer é difícil?
O Família Avôvó foi entrevistar as atrizes Gloria e Gabriela Rabelo – protagonistas do espetáculo Entre! A porta está aberta.
Na ocasião, o repórter Vinícius Elia, ao fazer uma pergunta afirmou a indagação do início do parágrafo.
Sem titubear as atrizes negaram firmemente e concordaram em atribuir que envelhecer só se torna complicado quando o indivíduo não se cuida, mental e fisicamente.
As idosas acreditam que tornasse idoso é verdadeiramente um privilégio, mas está diretamente ligado ao modo como o cidadão leva a vida.
Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, seccional São Paulo (SBGG/SP), em parceria com a Bayer, feita em 10 capitais do Brasil, mostra que 63% das pessoas com mais de 55 anos pensam a respeito do envelhecimento.
Pelo menos 33% afirmaram que lidam bem com a condição e outros 14% se disseram assustados com a velhice.
O que muita gente ainda não sabe, independentemente da pesquisa, é que 70% do envelhecimento é determinado pelas próprias pessoas, com os hábitos que adotam no dia a dia.
Já os outros 30% vêm da carga genética.
Quem sustenta esta afirmação é a diretora da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG-SP), a médica Maisa Kairalla.
A geriatra diz que os brasileiros não foram ensinados a envelhecer.
“Creio que 100% das pessoas tinham que pensar, sim, sobre velhice”, comenta.
“Como a velhice pode ser a última fase de um processo vital para todos que nascem, a partir de certo tempo, nós temos, sim, responsabilidades, desde que as oportunidades sejam favoráveis.
A genética determina o envelhecimento quando o nosso processo vital – processo biopsicossocial – não é entendido, favorecido e garantido.
A questão da genética está relacionada aos genes.
Pois eles é que determinam ao corpo biológico e ao seu envelhecimento, a idade cronológica.
Algumas pessoas têm mais tendência a envelhecer primeiro que outras, independentemente dos esforços que façam para manter a boa saúde.
Apesar de que o tornar-se velho, hoje, ganhou uma conotação estereotipada para atender os anseios socioeconômicos”, esclarece Francisco Silvestre.
Segundo os especialistas, o processo de envelhecimento está associado a modificações no padrão do ‘caminhar’ e no equilíbrio e a diminuição dele tem relação com a diminuição da expectativa de vida.
O envelhecimento começa aos 28 anos.
O desgaste do corpo ocorre por dois motivos: um deles é a limitação biológica e genética, o outro são os fatores externos, como o estresse, o álcool, o tabaco e o sol.
Envelhecer bem só depende de você
Condições que determinam o “bom envelhecimento”
A diretora da SBGG-SP, Maisa Kairalla, explica que a velocidade da marcha é um dos cinco sinais para avaliar a condição do idoso no futuro.
Os outros sinais são: frequência do pulso, a frequência respiratória, a temperatura e a pressão arterial.
O envelhecer é caracterizado por um declínio do organismo, que pode ocasionar redução de força, perda de mobilidade articular e sensoriais, que prejudicam a capacidade coordenativa.
Ela ressalta ainda que estas situações, aliadas ao sedentarismo, geralmente diminuem a mobilidade geral com alteração no equilíbrio e na marcha.
“Manter hábitos saudáveis, ao longo das décadas, resulta em uma vivência melhor durante a terceira idade”, explica.
Exercício físico e rejuvenescimento
A personal trainer Prazeres Souza, de 46 anos, disse que as pessoas sempre costumam dar a idade dela ainda na casa dos 30.
“Desde infância pratico exercícios físicos. Fui incentivada pelos meus pais.
Os exercícios são bons para o corpo e para nossa saúde e quanto antes começar, melhor vai ser.
Além de ter um corpo em dia, eu encaro a rotina do dia a dia com mais disposição.
Além da atividade física como a musculação, a corrida e os exercícios funcionais, eu tenho um acompanhamento nutricional que ajuda a manter o corpo em forma”, contou a personal.
Prazeres disse que se sente ainda mais jovem que as idades que lhe atribuem.
“Eu observo as minhas alunas, meninas de 15 a 18 anos que cansam rápido.
Elas não têm a mesma disposição e resistência que as jovens da minha época”, comenta Prazeres.
Já a dona de casa Erinalva Guerra, 36 anos, ainda está longe da fase do envelhecimento, mas já mantém bons hábitos para chegar nessa fase com saúde e em boa forma.
“Iniciei os exercícios físicos para manter a forma e ter uma qualidade de vida melhor e mais saudável.
Adquiri esse hábito com o passar do tempo e por conta própria para me sentir bem com o corpo e com uma saúde melhor”, conta Erinalva, enquanto fazia sua caminhada de rotina.
Envelhecer bem, só depende de você
Para idosos, prática é mesmo fundamental
Para o gerontólogo Francisco Silvestre, mesmo com essa falta de governança as pessoas se dedicam à boa prática e para ele, além de cuidar do corpo, é necessário cuidar da mente e do espírito.
“É inevitável não alinhar uma coisa à outra.
Diz um ditado na gerontologia que ‘o corpo que tem fé, balança, balança, mas não cai’.
Já outro ditado diz que ‘corpo sem cabeça o mesmo que um barco à deriva’.
Acredito que esses sábios ditos populares respondem a importância de exercitamos à fé e a memória”, afirma.
Para os idosos, a prática de atividade física é fundamental para uma melhor qualidade de vida.
Ela fortalece os músculos, ossos e articulações, o que melhora a capacidade de locomoção e realização de tarefas diárias, e ainda diminui a ocorrência de quedas e, consequentemente, lesões.
Além de ajudar a envelhecer, prevenir e tratar algumas doenças, também ajuda na autoestima do idoso, que quando saudável, consegue ser mais independente, o que minimiza os riscos de depressão e outros problemas psicológicos.
Sensação de bem-estar e alívio de dores crônicas
Além de contribuir para a sensação de bem-estar, aliviar dores crônicas e melhorar a resistência física, a prática regular de atividade é fundamental para a saúde, atuando na prevenção e tratamento de doenças cardiorrespiratórias, psicossomáticas, metabólicas, alguns tipos de cânceres, AVC, diabetes, hipertensão, osteoporose, entre muitas outras.
O alerta é para a pratica atividade física, independentemente da idade e comece a praticar o quanto antes para saber envelhecer com qualidade.
É importante buscar orientação de um profissional de educação física a respeito das atividades indicadas, sua intensidade e a melhor forma de realizá-las.
Caso exista alguma patologia, é necessário procurar um médico antes de começar a praticar qualquer atividade física.
Ele fará uma avaliação e poderá vetar algumas atividades e recomendar outras, de modo a garantir sua segurança, os benefícios das atividades e evitar lesões ou outras complicações.
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