Entendendo a depressão e saiba mais sobre ela.
A população idosa apresenta índices de depressão mais elevados que a população jovem.
Estima-se que 1 a 4 de cada 10 idosos estejam deprimidos.
A causa desta patologia é biológica (alterações bioquímicas e estruturais, como nos processos neurodegenerativos) e psicossociais, segundo o Dr. Marcelo Paoli, psiquiatra e psicoterapeuta, em entrevista exclusiva para o Família AVôVó.
Contudo, o diagnóstico nessa faixa etária é mais difícil, pois:
– Muitos idosos relutam em expor suas angústias, com receio de tornar-se um fardo para familiares.
As perdas, o luto e a solidão, muitas vezes vivenciados por pessoas acima dos 65 anos, são fatores de risco importantes para a depressão.
-O quadro depressivo pode ser expresso em sintomas físicos, como dores, mal-estar e desconforto, ao invés de sintomas subjetivos como tristeza, desânimo e irritabilidade.
Os sintomas físicos ser atribuídos a patologias clínicas pré-existentes.
– Usualmente a depressão senil leva à perda de memória e outras perdas cognitivas.
Isto pode levar a uma dificuldade no relato dos sintomas e a uma confusão com outras doenças que causam perdas cognitivas.
É por isso que se propõe uma redução dos critérios de diagnóstico de depressão para o diagnóstico da depressão senil.
Quanto ao seu tratamento (após avaliação das doenças de base e medicações em uso, pois a descompensação de doenças prévias e medicamentos podem contribuir para depressão), deve-se atentar às interações medicamentosas e ao maior risco de efeitos colaterais.
A depressão leva ao indivíduo a um sofrimento psíquico intenso, a uma tristeza e irritabilidade excessivas.
Aliado a este humor surgem diversas alterações de pensamento e comportamento.
A depressão também altera outros sistemas como o imunológico e cardiovascular.
Ela piora outras doenças, como clínicas como diabetes, hipertensão, alterações de colesterol etc.
Por vezes uma doença clínica descompensada ou uma nova doença precipita o quadro depressivo.
Entendendo a depressão e saiba mais sobre ela
Por isso é importante a avaliação clínica, neurológica e cognitiva que ocorre dentro da consulta psico geriátrica.
Doenças como Demências, Parkinson, acidente vascular cerebral estão associadas à depressão.
Um episódio depressivo na terceira idade, por exemplo, pode fazer parte da Doença de Alzheimer em sua fase inicial.
Se corretamente reconhecida, a depressão no idoso pode ser eficazmente curada em 85% dos casos.
Existe uma ampla gama de antidepressivos que podem ser usados de acordo com o perfil de cada indivíduo.
Grande parte deles sem potencial sedativo e efeitos colaterais significativos.
A duração do tratamento varia de um a três anos.
Em suma, a depressão no idoso é uma doença grave e de difícil reconhecimento.
Mas com o tratamento adequado a maioria dos casos atinge a cura, restabelecendo a qualidade de vida.
Veja nesta outra entrevista o que o Dr. Luis Fernando Correa fala abertamente e de maneira esclarecedora.