Empreendedorismo na terceira idade.
Por que não?
O cenário do empreendedorismo na terceira idade no Brasil
Cada vez mais enérgicos e com vontade de empreender, os mais velhos apostam no próprio negócio para continuar no mercado de trabalho
Antigamente era comum ver os mais velhos se aposentarem e ficarem em casa, mas esse cenário já mudou e muitos estão dispostos a continuar no mercado de trabalho e até pensam em empreender um negócio.
Pesquisas apontam que por causa dos avanços sociais e científicos, em 2020, a média de vida dos brasileiros chegará aos 75 anos, e eles estarão mais ativos no mercado de consumo e na abertura de negócios específicos.
As áreas mais procuradas para investimentos são nos segmentos de hospedagens, alimentação, comércio varejista, tecnologia e consultorias.
Isso acontece devido às experiências acumuladas pelos anos, tanto em relacionamentos pessoais quanto aos profissionais.
Muitos também buscam ter a própria empresa pela falta de oportunidade no mercado, já que muitas organizações preferem profissionais mais jovens aos mais experientes, com isso a necessidade de investir em um negócio próprio aumenta.
Há dois tipos de empreendedores com mais de 60 anos: idosos que sempre sonharam em abrir a própria empresa, mas só tiveram a oportunidade após se aposentarem, porque só conseguiram unir tempo e capital para investir em uma empresa após a aposentadoria.
E outros que já estavam em um negócio e identificaram a chance de investir em um novo mercado.
O grande diferencial da terceira idade para os mais novos é a forma de comprometimento com o projeto, a entrega costuma ser bem maior.
Outra vantagem é a experiência, a maturidade, pois os mais velhos conseguem lidar com os problemas com maior equilíbrio e tranquilidade, além de terem mais jogo de cintura para lidar com os riscos de uma empresa.
O que pode dificultar o sucesso desse profissional é a teimosia, alguns ainda acham que o mercado ainda é igual ao de 20 anos atrás, e não entendem que o mundo mudou e a concorrência também.
Antes de abrir um negócio é importante que o idoso procure orientação para manter-se atualizado e preparado para encarar o mercado competitivo, já que os negócios mudam constantemente, como os processos administrativos e a maneira de divulgar o seu produto.
Para esse empreendedor ter sucesso ele deve realmente querer trabalhar e não apenas entrar no mercado para distração e substituir a ociosidade por uma atividade que lhe ocupe o tempo.
Não há muitas diferenças entre jovens e mais velhos na hora de abrir uma empresa, as dificuldades são as mesmas, tudo depende de um bom planejamento e uma boa ideia.
Empreendedorismo na terceira idade.
O primeiro passo é elaborar um plano de negócio que precisa ser seguido à risca para dar certo, por isso elabore metas e prazos para as atividades.
Avalie se o segmento que quer aplicar está em alta, quais são os concorrentes e o público-alvo, calcule o quanto pretende investir e o lucro que quer atingir, e se necessário fale das duas ideias com outras pessoas antes de arriscar tudo.
Também é importante ter um plano B para conter imprevistos, não invista todo o capital, deixe um dinheiro de reserva para usar em momentos extremos ou quem sabe guardar para novos negócios.
Empreendedorismo na terceira idade: por que não?
A imagem da terceira idade que busca pela aposentadoria e se deixa levar pelo ideal de sossego é cada vez mais raro.
A inquietação, a perspectiva de não trabalhar, as ideias que surgem…
Tudo é combustível para que a terceira idade, cada vez mais, busque abrir seu próprio negócio.
Em dados estimados pelo IBGE, haverá um total de 30 milhões de pessoas da terceira idade no Brasil em 2020.
Com o número, vem uma dúvida: seriam todos aposentados?
Graças a constante expansão do mercado, pode-se dizer que não.
Que em 2020, muitos dessa estatística se tornarão parte de outra: de idosos empreendedores.
Estar na terceira idade significa estar velho para o empreendedorismo?
Do empreendedor novato ao veterano, o que importa é a ideia e como você a executa.
O mundo empresarial não liga para idade, mas pelo que você pode apresentar, acrescentar e melhorar.
Para o tipo de solução que seu ideal de negócio pretende ser.
Na verdade, pode-se até mesmo dizer que em fins empreendedores, o pessoal da terceira idade costuma ter uma vantagem essencial: experiência.
O tempo de trabalho formal dá ao idoso a casca necessária para que adentre o mercado com mais coragem e uma direção de negócio mais bem definida.
Porém, essa certeza deve sempre ser separada da teimosia.
Ao envelhecermos, temos tendência de nos apegar às fórmulas usadas quando jovens.
Chutamos no mesmo alvo que vimos chefes e superiores chutarem, anos atrás.
Pior ainda, fazemos a mesma escolha que eles, pelo simplesmente motivo de que vimos funcionar.
O aprendizado é importante?
Como tudo na vida, é claro!
O que o empreendedor da terceira idade precisa estar atento, no entanto, é que problemas e soluções antigas são parte do passado.
Elas são bagagem para que agora você construa seu negócio de forma mais segura.
Portanto, além de possuir uma mentalidade segura no poder da sua experiência, é necessário que se divida essa segurança com a coragem para absorver ideias novas, novos panoramas de negócios, pessoas e pensamentos novos.
Tudo para que a mistura do antigo e do novo resultem em um negócio sólido e inovador.
O mercado está preparado para veteranos empreendedores, mas é preciso que o veterano também se prepare.
Muito falamos sobre bagagem, o que se leva das experiências em trabalhos passados e em como manipulamos isso até tornar-se em uma ideia de negócio.
Uma tão boa que nos faz contemplar o empreendedorismo mesmo na terceira idade.
Mas, será que basta apenas isso?
Além da mente aberta às imparáveis novidades do mercado de hoje em dia, é preciso que o empreendedor se aprimore como empresário.
Para a terceira idade, alguns itens já podem nem ser tão misteriosos, mas dominá-los é fundamental para melhores análises e, consequentemente, melhores negócios.
Comportamento Empreendedor
Empreender na aposentadoria
Descubra as transformações pelas quais passa o público da terceira idade no Brasil hoje e entenda por que pode ser uma boa abrir um negócio nessa fase da vida.
“Envelhecer é uma novidade”, é o que diz o Prof. Alexandre Kalache, sobre a rápida mudança na pirâmide demográfica do Brasil.
E, com essa novidade, ganhamos algo muito raro nos dias de hoje: tempo.
Quem está agora chegando aos 60 anos pode colocar na conta pelo menos mais 25 anos ativos.
E já tem gente dizendo por aí que quem hoje tem 20 pode chegar a viver mais de 100.
A verdade é que vamos todos (tanto os de 60, quanto os de 20) ter que descobrir o que fazer com tanta vida e, mais ainda, como fazer dela, uma vida bem vivida.
E é nesse contexto que a aposentadoria mudou.
Até a palavra “aposentadoria” já não faz mais sentido: o termo “aposentado”, em sua origem, consiste naquele que vai para o quarto, o aposento, e se retira.
Os novos maduros vivem hoje de uma maneira muito diferente dos estereótipos do velhinho de bengalas e da velhinha que faz crochê.
Se antes a aposentadoria era vista como eternas férias, hoje é considerada como um novo ciclo, cheio de oportunidades para transformar o tempo ocioso em tempo produtivo e, em muitos casos, retomar o antigo sonho de ter o próprio negócio.
Na mais recente pesquisa feita pelo Sebrae sobre o perfil do potencial empreendedor aposentado, ficou evidente a disposição para empreender entre aqueles que estão chegando à aposentadoria: 1 a cada 10 pretende empreender nos próximos dois anos.
Seja para aumentar a renda da família, seja para ocupar o tempo livre que os espera, para esses pesquisados, aposentadoria significa continuar trabalhando, e muito.
Os futuros empreendedores maduros sabem o que querem: 80% já decidiu que tipo de negócio quer abrir (mais de 50% têm objetivos no comércio e 30%, no setor de serviços).
Empreendimentos em alimentação foram os mais citados, com ¼ das respostas.
Embora saibam a área de atuação e os motivos para empreender, menos de 10% tomou alguma providência para abrir o próprio negócio nos últimos 12 meses.
Essa taxa varia de acordo com a idade: quanto mais jovens, mais se empenharam para abrir a empresa.
O número dos entrevistados que buscou se capacitar nos últimos dois anos é baixo, só 24% participaram de cursos, palestras ou consultorias.
Entre os que querem abrir a própria empresa, o número de interesse em se capacitar é de 64%, e o que mais destacaram foi interesse nas áreas de empreendedorismo, finanças, marketing e vendas e planejamento.
Para inspirar os empreendedores seniores que se identificaram com as respostas dos entrevistados na pesquisa, aqui estão algumas dicas para ficar no radar.
As lojas físicas estão sendo repensadas para que se tornem um canal de relacionamento no qual o consumidor tem uma experiência parecida com a do ambiente digital: fácil, ágil e com um excelente atendimento.
Para garantir tudo isso, os processos devem ser muito bem definidos, sendo imprescindível uma boa gestão.
Para quem está empreendendo pela primeira vez, vale procurar se capacitar desde já.
De acordo com Carlos Zilli, conselheiro da Imaginarium, e Fernando Lucena, sócio-diretor da GS&Friedman, uma forte tendência do setor é o chamado varejo híbrido, que transforma as lojas físicas em um local onde é possível encontrar produtos dos mais diferentes segmentos, atendendo o mesmo perfil de consumidor.
Exemplos disso são a norte-americana Urban Outfitters, que vende roupas, sapatos, acessórios, itens de decoração e produtos de beleza, e a Cartel 011, no bairro de Pinheiros, em São Paulo.
A loja paulistana, ilustrada na foto, é espaço multidisciplinar que reúne loja, galeria de arte, coworking, balada, restaurante e salão de beleza.
Trata-se de estabelecimentos focados em um público jovem.
Imagina criar algo assim para o público maduro?
Serviços
Pode até parecer que não, mas o mundo ainda é muito pouco digital.
Ainda há grandes oportunidades em automatizar serviços considerados tradicionais e que poderiam ser melhorados, e até democratizados, através da tecnologia.
É o que diz Peter Diamondis, em seu framework de negócios exponenciais.
Alguns serviços tradicionais como agendamentos de consultas médicas e cartórios poderiam ser repensados, em um movimento parecido como o que vimos acontecer em empresas como a Uber e a Singu, aplicativo de agendamento de manicure e pedicure com atendimento em domicílio que atua nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
Outra tendência do setor de serviços que se fortalece cada vez mais é a importância da personalização dos serviços, uma vez que a abordagem “um tamanho serve todos” (one-size-fits-all) já não satisfaz o consumidor, que quer, mais do que nunca, se sentir único, com soluções especialmente feitas e desenhadas para ele.
Isso pode parecer difícil de fazer, mas, com apoio de ferramentas de comunicação como segmentação de lista de e-mails, você consegue elaborar campanhas específicas para cada tipo de jornada do seu consumidor e criar pontos de contato mais relevantes para cada um.
O setor de alimentação é um dos mais fortes da nossa economia e, para se destacar nesse mercado, é preciso inovar.
De acordo com a especialista de marketing do Sebrae Minas Luciana Lessa, o consumidor está mais exigente e procura produtos e serviços práticos, inovadores, sustentáveis, com qualidade, preço baixo e comodidade.
Por isso a importância de entender cada vez mais sobre o processo de decisão do consumidor, ficar atento às novas tendências de mercado, buscar inovação e ter um plano de negócios em constante evolução.
Tomar coragem para abrir o próprio negócio não é nada fácil, mas aliar a sua experiência com as novas tecnologias pode ser uma receita de sucesso.
Veja também
Pesquisa realizada pelo Sebrae mostra que o empreendedorismo pode ser a solução para complementar a renda e o sustento da família após a aposentadoria.
Pensando nesse público, o Sebrae promoveu o evento virtual Papo Negócio:
Dicas para empreender na aposentadoria.
O convidado foi Wilson Trevisan – empreendedor, coach e consultor de carreiras, mestre em Administração pela PUC-SP.
Orienta clientes que tem como objetivo iniciar empreender. Em 2002, ele fundou o Clube do Empreendedor, uma organização de apoio a empreendedores.
Também é fundador da +50, iniciativa que apoia profissionais com mais de 50 anos
fontes consultadas: Sebrae, PEGN, Microlins