Dentre tantas sugestões que são possíveis para indicar às pessoas que gostam de fazer turismo na terceira idade, uma delas é a cidade de Belém, a Capital do Pará.
Vejam só:
A capital paraense é uma das cidades mais exóticas do país; e só de você saber disso, já vale a pena ir.
O destino escolhido:
Belém (com uma esticadinha até Ilha de Marajó).
Vocês querem mesmo saber? Pois nada mais na mosca do que a frase que o Riq Freire – sempre ele – usou para definir a cidade (e o quão pouco grande parte dos brasileiros sabem sobre ela): “Belém é a cidade mais incrível que o Brasil ainda não descobriu”.
Eis os meus motivos para ter gostado.
É diferente de tudo
Zanzibar? Vietnã? Marrocos?
Pára tudo.
Exótico mesmo é Belém.
Cada menu de sucos tinha pelo menos 10 nomes que nunca tinha ouvido – incluindo aí a tal da muruci, um dos gostos, mas alienígenas que minhas papilas gustativas já enfrentaram.
Aos cinco minutos do primeiro tempo, topei com um cidadão pilando uma jiboia pra dentro de uma garrafa numa barraquinha de… gente, como definir aquilo?
O céu desaba em chuva morna e a vida segue como se nada estivesse acontecendo.
O rio que parece mar.
A Amazônia.
A devoção à Nossa Senhora de Nazaré.
As mangueiras do tamanho de cogumelos atômicos.
Tacacá na cuia no meio da tarde.
Açaí salgado, farofa e pirarucu.
Onde mais tem disso?
O mercado Ver-o-Peso é uma lou-cu-ra
O Ver-o-Peso não só é o coração da cidade, como um dos mercados mais incríveis do planeta, para onde confluem os ingredientes da Amazônia.
Pripioca, jambu, mandioca brava, castanha-do-pará, pirarucu, surubim, filhote, curimata, tambaqui, açaí, taperebá, bacuri….
É um caos dos mais organizados.
Os peixes ocupam a parte fechada (a mais bonita, sob uma estrutura de ferro).
Depois aparecem as barraquinhas das frutas e dos sucos.
Em seguida, a parte mais divertida do Ver-o-Peso, com as benzedeiras e seus milhares de pozinhos, loções e óleos para curar de unha encravada a dor de corno.
Outra ala tem as famosas barraquinhas de açaí com peixe frito.
Na parte mais próxima do rio estão as bancas de comida mais incrementada, onde o carimbó e o brega rolam soltos no fim de semana.
Boa parte do centro histórico está impecável
Belém fez um esforço titânico nos últimos anos para se tornar mais interessante e palatável para o turista – e merece ser prestigiada.
O pedaço mais bacana do centro histórico hoje em dia é o complexo de Feliz Lusitânia, a parte mais antiga da cidade, que inclui o Forte do Presépio, a Casa das Onze Janelas (que abriga um museu), o Museu de Arte Sacra e a Catedral.
A comida vale a viagem
Declaro sem medo de ser feliz: a culinária paraense é das mais complexas, ricas, gostosas e interessantes do Brasil.
E Belém tem potencial para se tornar uma meca gastronômica de projeção mundial.
Não é à toa que chefs como Alex Atala, o espanhol Andoni Aduriz (do Mugaritz) e tantos outros estão sempre em busca de referências por ali.
Os sorvetes da Cairu valem a viagem
Não é à toa que todo mundo fala maravilhas dessa sorveteria tradicional da cidade.
Belém do Pará – Impossível não a amar.
A Estação das Docas é mesmo muito bacana
Depois de circular pelo Ver-o-Peso e pelo centro histórico, a Estação das Docas é o lugar ideal para relaxar com conforto (e ar-condicionado, se for o caso).
A comparação é inevitável: eis o Puerto Madero de Belém, em menor escala.
Uma grande sacada da cidade para revitalizar uma área decadente e criar uma atração turística de peso – que os locais também frequentam entusiasticamente.
Os turistas podem circular em paz
Eis uma surpresa muito positiva.
Ninguém enche o saco do turista.
O paraense tem um jeito doce e recatado, receptivo sem ser invasivo.
Palmas.
O centro histórico é bem policiado
Estaria exagerando se dissesse que me senti supersegura no centro de Belém.
Como em toda cidade grande brasileira, com diferenças sociais.
O Mangal das Garças é uma gracinha de lugar
Este jardim amazônico é outra atração relativamente recente que incrementou o potencial turístico da cidade.
É bonitinho… e tem até guará (um dos pássaros mais lindos do planeta).
Venta constantemente
Uma as coisas que me preocupava antes de ir era o excesso de calor.
Não funciono muito bem quando os termômetros extrapolam os 30 graus.
Mas Belém é abençoada por um vento forte e constante que deixa tudo mais ameno.
Fui a pessoa mais descabelada da América Latina durante alguns dias.
Mas fui feliz.
fonte: Viagem