Avós devem orientar filhos e netos em todas as situações.
Devem também saber lidar com as diferenças entre gerações que é muito complicado.
Os adolescentes vivem em um mundo completamente diferente dos pais e avós.
No entanto, permitir o afastamento pode significar um caminho muito tortuoso.
O Família Avôvó selecionou – mais uma vez – um texto reflexivo sobre a relação entre avós, pais e filhos.
O texto dessa matéria versa sobre a impossibilidade de abandonarmos, no sentido de liberdade total, os filhos – para nós netos – e deixarmos o mundo fazer as apresentações da vida em nosso lugar.
Avós devem orientar filhos e netos em todas as situações
A história conta como uma moça dedicada e vivendo bem com os avós entro no mundo das drogas, indisciplina e perdeu totalmente o rumo.
Não queremos culpar os pais por tudo, mas alertar que a dobradinha – pais e avós – pode ser a solução para conseguir orientar as novas gerações.
Os avós – na maioria dos casos – tem mais tempo, paciência e experiência, enquanto os pais têm o dever de estar por perto e tomar decisões.
Fazemos diariamente um portal de notícias para a terceira idade e acreditamos que todos são a terceira idade, pois, com sorte, chegarão a essa etapa.
Além disso, o idoso precisa da ajuda da família – física ou emocionalmente – e o idoso é essencial para a manutenção da saúde familiar.
O convívio com os avós pode trazer ganhos importantes para a formação do caráter e ampliação de experiencias do neto.
Reflitam com esses apontamentos e complementem com o texto.
Boa leitura!
Uma mudança para melhor!
Desde pequena que me diziam para não cometer os erros da minha mãe.
É certo que ela não tinha tido uma vida fácil:
Engravidara aos 17 anos e culpava–me constantemente pelos fracassos da sua vida.
Como era incapaz de tomar conta de mim, tiveram de ser os meus avós a ir buscar–me quando eu tinha seis semanas e a criar–me como se fosse filha deles.
Eu era muito boa aluna na escola e tinha uma relação fantástica com os meus avós.
Até que descobri, no 8º ano, que ficar na rua com os amigos até tarde era mais divertido do que ir para casa.
Depressa perdi o interesse pelos estudos e deixei de ir à escola.
As minhas notas baixaram e fui suspensa por faltar às aulas e por desrespeito para com os professores.
Comecei a drogar-me e fugia constantemente para ir a festas.
Vestia–me toda de preto e tinha comportamentos detestáveis.
A minha vida estava totalmente descontrolada.
Os meus avós não conseguiam continuar a assistir à minha autodestruição.
A minha vida não se orientava no bom sentido e, pior do que isso, a minha indiferença perante o caos em que tinha mergulhado não me afligia.
Depois de se ter demitido de mim durante catorze anos, a minha mãe decidiu ajudar–me.
Via que me estava a tornar no que ela fora, o que lhe custava sobremaneira, e levou–me a um centro de desintoxicação para adolescentes.
No centro disseram que eu era uma boa candidata ao programa, mas que tinha de provar estar disposta a seguir as regras que me fossem impostas.
Situado no meio de uma agradável zona residencial suburbana, o centro contava com apoio psicológico qualificado, que em muito nos ajudava a alterar os nossos comportamentos autodestrutivos.
Também nos era exigido que fôssemos à escola e que fizéssemos serviço comunitário.
As portas não estavam fechadas e eu podia sair quando quisesse.
No entanto, não me receberiam de volta se o fizesse.
A minha terapeuta disse–me que os psicólogos estavam lá para me ajudar, mas que a decisão de me deixar ajudar caberia apenas a mim.
Como já não gostava do que via ao espelho e não queria magoar meus pais, irmãos e avós, decidi mudar.
Comecei a dedicar–me dê novo aos estudos e a participar ativamente nas sessões de terapia. Estabeleci boas relações com as outras raparigas, com quem partilhava atividades divertidas e visitas de estudo interessantes.
Aprendi novamente a tirar partido da vida sem recorrer a substâncias.
Enquanto lá permaneci, melhorei o meu relacionamento com a minha mãe e os meus avós.
Muito disto deveu-se à minha terapeuta.
Era uma mulher fantástica, que me ajudou a compreender muitos dos meus problemas e a curar algumas das feridas que eu tinha infligido à minha família e a mim mesma.
Mostrou–me, sobretudo, que se eu quisesse mesmo ser bem-sucedida na vida.
Quando terminei o secundário, fui para a escola de enfermagem veterinária.
Casei-me nova, com o meu namorado de sempre, e comprei uma casa.
Tudo isto antes de fazer 25 anos.
Fui capaz de realizar todos os sonhos que a minha mãe tivera para si mesma e para mim.
Sei que há muitas adolescentes que estão em situações semelhantes àquela em que eu estive, ou até piores.
Se lhes pudesse dizer algo, seria que podem ser bem-sucedidas se acreditarem nelas próprias.
Podemos sempre mudar para melhor.
A prova disso sou eu.
Megan Waterman – Fouch