Andar na rua de forma mais segura na terceira idade.
A preocupação de que seu familiar idoso possa sofrer uma queda na rua pode estar tirando seu sono.
E, não é para menos!
Cerca de 45% das quedas ocorrem fora de casa.
E em torno de 5% a 10% dos eventos de quedas resultam em lesões graves.
A consequência mais temida por todos – idosos e seus familiares, são as fraturas.
Principalmente a fratura de fêmur que, em geral, ocorre devido a uma combinação entre a maior fragilidade do osso e o próprio evento de queda.
Cerca de 90% das fraturas de quadril ocorrem devido a uma queda, quer seja porque o idoso tropeçou, escorregou ou simplesmente perdeu o equilíbrio.
O maior risco de cair depende de fatores predisponentes como por exemplo, idade avançada (acima de 80 anos), problemas de equilíbrio, alterações sensoriais (má visão, audição e sensibilidade planta dos pés) e fraqueza muscular das pernas.
Mas também de fatores precipitantes como por exemplo, infecções, hipotensão postural, tontura e uso de medicações inapropriadas para idosos.
Muitos outros fatores podem contribuir e aumentar ainda mais esse risco, como por exemplo o uso de sapatos escorregadios, pisos esburacados, má iluminação e comportamentos arriscados.
E ao contrário do que se possa pensar, as quedas fora de casa ocorrem justamente em lugares conhecidos onde os idosos andam com regularidade, como no trajeto para ida ao supermercado, a farmácia e ao banco.
Isso acontece com homens e mulheres idosos.
É fato, no entanto, que as mulheres quando comparadas aos homens tem mais quedas dentro de casa.
Em geral, na cozinha e no quarto, fazendo tarefas domésticas como cozinhar, guardar roupas e arrumar a cama.
Pequenas tarefas associadas a comportamentos arriscados, como subir em cadeiras e banquinhos para pegar coisas em armários ou prateleiras e fazer limpeza são aquelas que trazem maiores riscos.
O que acontece na rua que pode aumentar o risco de cair?
A rua é um local potencialmente perigoso.
Basta lembrarmos das calçadas em mau estado de conservação, dos desníveis para entradas e saídas de garagem e plantas e árvores que invadem a calçada.
Além disso, há muitas coisas acontecendo de forma inesperada na rua: carros buzinando e adentrando nos estacionamentos sem esperar os pedestres, pessoas transitando rapidamente e falando ao celular, pessoas passeando com cachorros, ofuscamento da visão devido à excesso de claridade (dias de muito sol) e mudanças de clima (como pancadas de chuva).
Além disso, você já reparou que quando se anda na calçada há muito efeito de luz e sombra?
Muitos prédios fazem sombra sobre as calçadas criando zonas de pouca visibilidade.
Muitos idosos caem ao tropeçarem em desníveis muito pequenos, pedregulhos ou buracos sem que tenham sequer percebido o perigo.
Então andar fora de casa pode ser uma armadilha para muitos idosos!
Como andar de forma segura na rua?
Andar é uma boa forma de se manter ativo fisicamente.
Então por mais assustadora que possa ser a rua, isso não necessariamente é um impedimento para se caminhar.
Muitos familiares como primeira medida restringem o caminhar fora de casa por medo de que uma queda aconteça.
Essa decisão nem sempre é mesmo fácil.
Limitar ou criar medo de cair no seu familiar talvez seja uma medida muito radical.
Aqui vão algumas orientações que você pode repassar ao seu familiar idoso para que as caminhadas na rua sejam mais seguras.
Enxergar com nitidez e com uma boa percepção de profundidade (estimar a distância) é essencial para se evitar tropeçar e cair em desníveis do terreno ou buracos.
Seu familiar deve estar com o check-up visual em dia, e ir ao oftalmologista ao menos uma vez ao ano.
O uso de óculos bifocais atrapalha a visão de meia distância e já está comprovado que aumentam o risco de cair.
Andar na rua de forma mais segura na terceira idade
Estar atento ao andar na rua é importante para se antecipar a acontecimentos imprevistos.
Alerte seu familiar que ao andar na rua por mais familiar que conheça o percurso, manter a atenção é fundamental.
Quando estamos atentos preparamos nosso corpo para imprevistos ou desequilíbrios.
Desatentos somos pegos de surpresa!
Idosos são mais lentos ao reagir a um desequilíbrio.
Andar olhando para frente, alguns poucos metros a frente.
Nunca olhar para o chão.
Isso impede que se prepare antecipadamente para lidar com desníveis, buracos, que estão logo ali na frente.
Se antecipar é a estratégia correta.
Planejar o que vai fazer fora de casa para que faça tudo com calma.
A pressa é inimiga do bom equilíbrio.
Quando estamos com pressa e ansiosos exigimos mais controle dos mecanismos que regulam o equilíbrio do corpo e este pode falhar nos momentos que mais precisamos.
Ao descer ou subir guias, afaste um pouco mais os pés para dar maior estabilidade ao corpo.
Oriente que escolha a melhor calçada e só atravesse na faixa.
O percurso mais longo pode ser o mais seguro, com calçadas melhores e presença de semáforos.
Sabemos quanto os motoristas muitas vezes não respeitam os pedestres.
Nunca assuma que o motorista vai parar.
Usar o sapato mais seguro, aquele que fica bem firme no pé e que seja confortável.
A boa mobilidade do pé é muito importante para se adaptar a um terreno irregular e prevenir uma queda.
Oriente seu familiar a deixar ao menos uma das mãos soltas, sem carregar bolsas, carrinhos ou sacolas.
Evite ficar carregado de compras, com as duas mãos ocupadas.
A mão pode ser uma reação de proteção ao um desequilíbrio.
Nunca sair se estiver se sentindo mal, por exemplo se estiver sentindo tontura, desequilíbrio, falta de ar, cabeça pesada ou uma dor que esteja mais intensa do que o habitual.
Muitas vezes não acordamos bem em um determinado dia.
Converse com seu familiar porque ele pode não querer incomodar a família e se arriscar.
Caso uma medicação nova tenha sido introduzida, por exemplo medicamentos para diminuir a pressão arterial ou para arritmias, ou medicamentos para dormir ou para aliviar a dor podem ter efeitos adversos e atrapalhar o equilíbrio, a postura e a atenção.
Oriente seu familiar a se autoavaliar quanto ao equilíbrio.
Como está meu equilíbrio hoje?
Estou andando firme?
Ou estou titubeando?
Se notar alguma coisa, converse com o médico e evite sair sozinho naquele dia.
A rua pode ser de fato uma armadilha, mas se estamos mais preparados e atentos caminhar pode ser uma oportunidade de se exercitar, encontrar pessoas e de ver o mundo.
É preciso também que cada vez mais a gente exija ruas mais caminháveis e seguras.
fonte: plug and car