Alopecia areata e a queda dos cabelos na terceira idade.
Fios que caem sem parar são um sinal de alerta do organismo.
Descubra as causas por trás dessa chatice e veja o que há de mais moderno para resolvê-la.
A alopecia areata é uma doença autoimune que causa queda de cabelo
Ressecamento, pontas duplas, frizz…
As queixas sobre o estado do cabelo podem ser muitas.
Só que nem sempre esses problemas estão relacionados ao jeito que a gente cuida de nossa cabeleira.
Às vezes, eles são manifestações de algo mais profundo que está ocorrendo dentro do nosso organismo.
É o caso da alopecia areata, uma doença que faz o cabelo cair.
de mais nada, é importante lembrar que a queda é algo comum e faz parte de um ciclo de renovação.
A dermatologista Denise Steiner, coordenadora científica da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), lembra que é normal dar adeus a mais ou menos 100 fios por dia.
“Você deve se preocupar apenas se perceber que há um número relativamente maior de fios caindo.
Se eles estiverem mais finos e se surgirem áreas sem pelo ou cicatrizes, também é bom investigar”, informa a médica.
A seguir, saiba mais sobre a alopecia areata:
O que é?
É uma doença não contagiosa e autoimune (ocorre quando alguma parte do corpo é atacada pelo próprio sistema imunológico).
“Nesse caso, a estrutura agredida é o folículo pilosebáceo, ou seja, a raiz dos cabelos.
Eles caem sem haver um grande processo que apareça externamente”, explica a dermatologista.
Assim, surgem áreas completamente arredondadas sem cabelo no couro cabeludo e em outros locais que normalmente teriam pelo.
Quais são os sintomas?
Basicamente, a queda dos fios. A área atingida não coça, não dói nem fica avermelhada.
Se a alopecia for leve, surgem apenas algumas “rodelas” na cabeça.
Nos casos mais graves, acomete toda a região da nuca ou couro cabeludo.
Também pode ser generalizada, afetando o corpo todo.
Qual a causa?
Normalmente, é associada a determinados gatilhos, como estresse, infecções, períodos de muito cansaço ou uso de alguns tipos de remédio.
“Há também o componente genético, embora a doença não seja ligada estritamente ao DNA.
A verdade é que, na grande maioria das vezes, não conseguimos saber a causa”, informa Denise.
Quais as pessoas mais afetadas
Todos os sexos e todas as faixas etárias são atingidos.
Porém, crianças que já têm alergias, como bronquite, rinite e eczema de pele, e cujos pais também têm a doença, tendem a desenvolver um quadro pior.
Como é feito o tratamento?
Infiltração de corticoide:
É o mais potente e simples, indicado para os casos mais leves.
O corticoide é um anti-inflamatório que neutraliza o efeito dos anticorpos que causam a inflamação.
Nas situações graves, ao invés de ser injetado, pode ser ingerido via oral junto com outros medicamentos imunossupressores.
Tratamento imunoterápico:
É utilizado em casos mais extensos e que não responderam ao tratamento convencional.
Primeiramente, uma substância chamada difenciprona é colocada nas regiões da pele não afetadas pela doença.
Após 15 dias, aplica-se novamente uma pequena dose (dessa vez, no local da alopecia areata).
Esse procedimento deve ser repetido semanalmente, aumentando a quantidade do fármaco até que o organismo do paciente se torne alérgico à substância, o que deixa a região avermelhada.
“Dessa maneira, cria-se um quadro de dermatite de contato e, assim, a inflamação inicial é eliminada”, esclarece a médica.
Geralmente, o resultado é bem satisfatório.
Medicamentos biológicos:
artigos científicos mostram a eficácia de remédios inibidores da enzima Janus kinase, que impediriam a ação da inflamação.
Porém, o acesso a eles ainda é caro, já que ainda estão em fase de testes.
Existem mais tipos de queda de cabelo?
Além da areata, há, sim, outros tipos de alopecia.
Conheça as principais:
Alopecia androgenética:
É a popular calvície.
Há o afinamento progressivo dos fios, principalmente no topo da cabeça.
É genética e, ao contrário da areata, não deixa áreas localizadas.
Ela pode piorar se houver alguma alteração hormonal, como no caso de mulheres com ovário policístico.
Eflúvio telógeno:
É caracterizada pela queda difusa, mas sem afinamento dos fios.
É provocada por remédios, estresse, cirurgias, anemia ou alterações da tireoide.
Deve-se tratar as causas para se livrar da doença.
Alopecia fibrosante frontal:
Causa atrofia e endurecimento da pele, que é substituída por um tecido fibroso.
Isso faz com que os fios caiam e não voltem a nascer.
O tamanho da testa aumenta e o cabelo afina.
Os tratamentos ainda são bastante variados e não há consenso sobre eles.
Fonte: Denise Steiner, dermatologista e coordenadora científica da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)
fonte: saúde abril