Alimentos energéticos ideais para os idosos.
Analisando a pirâmide alimentar.
Base da pirâmide:
Alimentos energéticos
É composto por cereais (arroz, trigo), raízes e tubérculos (batata, mandioca, mandioquinha, inhame) e massas (pães, bolos).
São alimentos ricos em carboidratos, responsáveis pelo fornecimento de energia para o organismo. Aconselha-se o consumo de 5 a 9 porções por dia.
Segundo nível da pirâmide:
Alimentos reguladores
É composto por hortaliças (verduras e legumes) e frutas.
São alimentos ricos em vitaminas e minerais, responsáveis pela regulagem das funções do nosso organismo.
Deve-se consumir de 4 a 6 porções de hortaliças e de 2 a 4 porções de frutas por dia.
Terceiro nível da pirâmide:
Alimentos construtores
É composto por leite e derivados, carnes, ovos e algumas leguminosas específicas.
São alimentos ricos em proteínas, responsáveis pela formação e manutenção dos tecidos do organismo.
Deve-se consumir 3 porções de leite e derivados por dia; 1 a 2 porções de carnes e ovos e 1 porção de leguminosas.
Quarto nível da pirâmide:
Alimentos energéticos extras
É composto por óleos, gorduras, açúcares e doces. Pode-se consumir no máximo de 2 a 3 porções de cada por dia.
Cada um desses grupos de alimentos fornece um pouco, mas não todos, os nutrientes que você precisa.
Os alimentos de um grupo não podem substituir os de outro.
Na alimentação normalmente não existe um grupo alimentar mais importante que o outro pois, para se ter uma boa saúde a alimentação deve conter todos os grupos.
Determinadas pessoas poderão, em uma determinada fase da vida, em virtude de suas características individuais, ter a ingestão de cada um destes grupos alterada de acordo com suas necessidades.
Uma orientação profissional poderá auxiliar em muito a equilibrar a quantidade que cada um necessita.
Alimentos energéticos ideais para os idosos
Necessidades Energéticas para idosos
Com o avançar da idade, há alterações no metabolismo.
Saiba quais são elas:
O envelhecimento é um processo natural e dinâmico, que se caracteriza por modificações complexas a nível psicológico, funcional e bioquímico.
Estas modificações influenciam diretamente a nutrição e alimentação desta faixa etária, aumentando, na maioria dos casos, o risco de desnutrição e outros desiquilíbrios nutricionais.
Como tal, a alimentação da pessoa idosa deve merecer especial atenção por parte dos profissionais de saúde, sendo de extrema importância o cumprimento das necessidades energéticas para idosos.
A velocidade de progressão do envelhecimento depende de fatores genéticos e bioquímicos que não são modificáveis, mas também de fatores ambientais, sociais e estilos de vida, onde se inclui a alimentação, passíveis de modificação.
Com efeito, uma boa nutrição, com o fornecimento adequado de energia e nutrientes é de extrema importância para que o idoso mantenha a sua independência, qualidade de vida e evite o aparecimento ou agravamento de doenças, que poderão conduzir à hospitalização e/ou institucionalização.
Alimentos energéticos ideais para os idosos
Características do processo de envelhecimento
Para melhor compreensão das necessidades energéticas estipuladas para idosos, importa referir que as pessoas com mais de 65 anos podem ser divididas em 2 grupos diferentes:
– Os “Jovens idosos”, cuja idade varia entre os 65 e 74 anos;
– Os “Idosos” cuja idade é superior a 75 anos.
No caso dos “jovens idosos”, como ainda têm cerca de 20 anos de vida ativa à sua frente, o principal objetivo passa pela manutenção de um peso e alimentação saudáveis, no sentido de evitar o aparecimento de doenças.
Já os “idosos” estão mais suscetíveis a desenvolverem doenças crônicas, pelo que possuem necessidades energéticas e nutricionais muito específicas e necessitam de um maior apoio e acompanhamento.
Contudo, é importante não esquecer que as necessidades energéticas e nutricionais para idosos devem ser estipuladas com base nas características individuais do idoso e não na sua idade cronológica.
Decorrente do processo de envelhecimento e dos menores níveis de atividade física associados, ocorrem uma séria de alterações fisiológicas e morfológicas que influenciam as necessidades energéticas dos idosos, nomeadamente:
– Diminuição da massa e do tônus muscular.
– Aumento da gordura corporal.
– Perda da densidade óssea.
– Diminuição do metabolismo.
– Diminuição da termogênese e crescente dificuldade de adaptação ao frio e mudanças de temperatura.
– Depressão do sistema imunitário, fator que torna o organismo mais suscetível a infeções, as quais são responsáveis por um aumento das necessidades energéticas.
– Alterações intestinais, tais como a obstipação.
Alimentos energéticos ideais para os idosos
Como já referido, inerente ao processo de envelhecimento, a prática de atividade física diminui e ocorrem alterações na composição corporal da pessoa idosa, nomeadamente a diminuição da massa magra (massa muscular e óssea) e um aumento da massa gorda (subcutânea e visceral).
Decorrente disso, verifica-se uma diminuição do metabolismo basal, o que promove uma redução do gasto energético em repouso e, consequentemente, a diminuição das necessidades energéticas dos idosos.
Se o idoso mantiver o consumo alimentar ao longo do tempo e não o adequar a esta redução das necessidades energéticas, poderá ficar com excesso de peso e/ou obesidade.
Claro que, se o idoso mantiver um estilo de vida ativo e a prática de exercício físico, pode não só contrariar essa tendência, como permitir uma ingestão energética mais elevada, com maior probabilidade de satisfazer as doses diárias recomendadas de nutrimentos, derivado da maior ingestão alimentar.
Consequência do avançar da idade
Por outro lado, derivado de alterações no paladar, anorexia, dificuldades de mastigação e deglutição, uso de medicamentos, solidão, entre outros, o idoso, com o avançar da idade, poderá diminuir a sua ingestão alimentar e não conseguir satisfazer as suas necessidades nutricionais e energéticas, mesmo que estas sejam mais reduzidas do que na vida adulta ativa.
Neste caso, poderá instalar-se um quadro de desnutrição, o qual aumenta significativamente o risco de morbilidade e mortalidade do idoso.
A desnutrição da pessoa idosa pode ter consequências a nível da saúde tão graves como a obesidade, sendo uma situação, muitas vezes, subdiagnosticada, por ser confundida com sinais de envelhecimento.
Como tal, o seu reconhecimento precoce é fundamental para uma correção adequada e atempada.
Necessidades energéticas para idosos, em específico
Em termos práticos, as necessidades energéticas diminuem 20 a 25% entre os 50 e os 65 anos e, após esta idade, diminuem 5 a 10% a cada 10 anos.
Neste sentido, e apesar de variarem de forma individual (sendo o principal fator de ajuste o grau de dependência do idoso), poder-se-á dizer que as necessidades energéticas para idosos oscilam entre 30-35 kcal/kg/dia.
Por este motivo, é essencial reduzir o consumo de calorias não nutritivas, provenientes de açúcar, o álcool ou a gordura.
O que fazer para atingir as necessidades energéticas para idosos
Assim, os alimentos a privilegiar pelos idosos devem ser de baixo valor energético, mas simultaneamente de elevada densidade nutricional, contendo proteína, micronutrientes essenciais e fibra nas devidas proporções.
O fracionamento das refeições, assim como a diminuição do seu volume, facilita o atingimento destas necessidades energéticas preconizadas para os idosos, assim como o processo de digestão e absorção dos nutrientes, tanto em casos de excesso como défice de ingestão alimentar.
Neste sentido, recomenda-se o consumo de 5 a 6 refeições diárias.
Nesta etapa da vida, é também frequente surgirem diversas doenças, nomeadamente diabetes, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, dislipidemias, patologias renais ou hepáticas.
Todas estas patologias alteram as necessidades energéticas indicadas para idosos e exigem prescrições alimentares específicas e personalizadas que respeitem, sempre que possível, as preferências do idoso, de modo a assegurar uma ingestão energética adequada para suprir as necessidades em micronutrientes e manutenção do peso corporal adequado.
fonte: vida ativa